Barreiro quer prolongar horário dos estabelecimentos comerciais
A Câmara do Barreiro pretende prolongar até às 22h00 o horário dos estabelecimentos comerciais do concelho, no distrito de Setúbal, estando a aguardar o parecer positivo da autoridade de saúde, anunciou hoje a autarquia.
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"Fizemos uma proposta para passar o fecho [dos estabelecimentos comerciais] das 20h00 para as 22h00 e já temos o parecer positivo das forças de segurança, da PSP e GNR", adiantou à Lusa o presidente daquela autarquia, Frederico Rosa (PS).
No entanto, explicou, o município ainda carece de um parecer da autoridade de saúde, que é "vinculativo", para que a medida possa entrar em vigor.
"Esperamos receber o mais rapidamente possível para também o mais rápido possível podermos implementar esta medida", afirmou.
Segundo o autarca, também está a ser equacionada a "possibilidade de antecipar um pouco a abertura", que neste momento só pode acontecer às 10h00.
Com exceção da restauração, que tem um regime especial para funcionar até mais tarde, a medida será aplicada de forma "generalizada" a todos os estabelecimentos comerciais do concelho "que estavam na malha das 20h00" e não será necessário efetuar um pedido ao município, indicou.
Na última quinta-feira, em Conselho de Ministros, o Governo determinou que os horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais da Área Metropolitana de Lisboa (AML) podem ser alterados por decisão dos presidentes dos municípios, deixando de vigorar a obrigatoriedade de abriram às 10h00 e encerrarem às 20h00.
"Não é uma liberalização total, é um passo de alargamento para permitir uma maior atividade, que tem em conta a situação do Barreiro e os casos ativos, que estão a diminuir em relação ao que tínhamos há um mês", justificou Frederico Rosa.
De acordo com o autarca, nos últimos meses o concelho tem registado entre 100 a 120 casos ativos de covid-19, mas neste momento está "com cerca de 80 casos ativos, sendo que metade se refere à situação da Misericórdia do Barreiro [Lar São José]", onde se deu um surto no início do mês.
Numa nota escrita enviada à Lusa, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) informou hoje que morreram três idosos deste lar e que a doença continua ativa em 48 pessoas, dos quais 35 correspondem a residentes e 13 a profissionais.
Frederico Rosa lamentou a morte das três pessoas e adiantou que também tinham associadas "outras patologias e outras causas que levaram a este desfecho".
Já em relação à situação do lar, o autarca referiu que "os casos estão estabilizados" e que quando se verifica o "aumento de temperatura corporal, as pessoas são de imediato levadas ao hospital para fazer a monitorização".
"As coisas estão controladas, mas é preciso sempre alguma cautela porque o controlado são situações momentâneas", afirmou.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 774.832 mortos e infetou mais de 21,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.784 pessoas das 54.448 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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