José Festas, presidente da Associação Pró Maior Segurança dos Homens do Mar, revelou, esta sexta-feira, que, neste momento, há conhecimento de 90 pescadores em confinamento na vila piscatória de Vila do Conde.
Em conferência de imprensa, o responsável confirmou que existem pelo menos dez pescadores infetados com o novo coronavírus, sendo que, nos últimos 15 dias, foram realizados 45 testes na comunidade, através de um protocolo celebrado com a Santa Casa da Misericórdia.
"As pessoas não têm noção que os pescadores têm familiares a ir aos barcos", apontou José Festas, sublinhando que a falta de testagem a elementos da família dos pescadores é um dos problemas com que a comunidade se depara.
Para o responsável, cerca de três mil pessoas da zona de pesca do Norte deviam realizar despiste à Covid-19, testando quem "está ligado à pesca e os seus familiares".
Ainda sobre os 90 pescadores confinados, o presidente da associação referiu que a situação se traduz em menos cinco embarcações no mar, o que representa um "impacto económico muito significativo na comunidade piscatória local".
Quanto a apoios para colmatar este golpe económico, José Festas avançou que para já não há subsídios pensados, mas que a associação está a tentar encontrar soluções. Contudo, o responsável denotou: "A Saúde não tem prestado atenção aos pescadores do Norte. A vida de pescador já não é fácil e, quando acontece isto e somos largados para o lado, não é facil (...) A Saúde local não tem tratado bem os pescadores".
Ainda sobre o surto em Vila do Conde, José Festas acrescentou que foram testados 16 pescadores dos estaleiros locais porque tinham estado em contacto com dois pescadores infetados. Mas nenhum está infetado, garantiu, reiterando que "há falta de testes".
"Atualmente, não há alarme social, mas estamos a correr para isso", concluiu.
No total, são agora dez os pescadores de Vila do Conde que estão infetados com Covid-19, sendo que oito já foram diagnosticados há cerca de duas semanas, forçando a paragem da embarcação onde trabalhavam.
O concelho vila-condense está há algumas semanas a debater-se com um surto, com 173 casos ativos, segundo informou a autarquia, na semana passada. Além da zona de Caxinas, onde em julho houve um foco de infeção numa fábrica de conservas, também foram afetadas as freguesias de Guilhabreu, Mindelo, Árvore e Azurara.
