Imigrantes que faltam a agendamentos na AIMA atingem 15% por dia

O presidente da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), Pedro Portugal Gaspar disse hoje à Lusa, no Porto, que diariamente, há quase um ano, 15% dos imigrantes agendados para regularizar a sua situação no país não comparecem.

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© REINALDO RODRIGUES/Global Imagens

Lusa
21/04/2025 18:30 ‧ ontem por Lusa

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"Ao princípio andava a rondar os 10% e agora aumentou um pouco, portanto está à volta dos 15% em que diariamente não comparecem as pessoas que estão agendadas", afirmou o responsável em declarações à margem da conferência "Ser Imigrante em Portugal", promovida pela Associação Cívica +Porto.

 

Pedro Portugal Gaspar admitiu tratar-se de uma "questão preocupante", adiantando que foram publicados "vários alertas no site [da AIMA] para as pessoas atualizarem a morada".

"Uma das razões que consideramos é que eventualmente seja devido ao problema de e-mails antigos [de pessoas que] estão há anos à espera de serem chamadas pela administração", continuou o presidente da AIMA, que lamentou a existência de "uma carga instalada que não é otimizada".

Na sua intervenção na conferência, Pedro Portugal Gaspar afirmou que a AIMA tem "capacidade para, diariamente, agendar e receber 1.000 pessoas, mas o que é facto é que 150 não comparecem", situação que piora quando se sabe "haver pessoas que não conseguem o agendamento".

"Há aqui qualquer coisa que eu não percebo. A culpa, com certeza, que será também da AIMA e a AIMA assume as responsabilidades, não tenho problemas quanto a isso. Agora, também há alguma coisa que não bate certo. Porque é que as pessoas não aparecem, estão a aguardar o quê?", questionou.

O mesmo se passa, ainda que a uma escala menor, com o levantamento de cartões de autorização de residência, explicando o responsável que "também acontece devolução de cartões" porque os titulares "não estavam no destino de entrega do mesmo" e que, depois, "demoram a ser levantados, não obstante a AIMA fazer várias insistências a comunicar a existência destes cartões".

"Devem estar cerca de 8.000 cartões emitidos e que não são levantados, pelo menos assim em termos grosseiros ou gerais", revelou.

Na fase de perguntas e respostas da conferência, Pedro Portugal Gaspar ouviu relatos de advogados sobre as dificuldades de conclusão de processos de pessoas que estão a trabalhar em Portugal há dois ou mais anos e com o registo criminal limpo, pese embora as necessidades de mão-de-obra para a agricultura e construção civil e do risco de pedidos indeferidos pela AIMA terem como resultado o entupimento dos tribunais com pedidos de recurso da parte dos imigrantes.

Outros dos presentes alertaram o responsável da AIMA sobre a "dualidade de critérios" dos funcionários na atribuição das autorizações, sugerindo "formação a quem está no atendimento".

Na sua intervenção final, o presidente da AIMA lembrou que "Portugal vive uma situação muito excecional, que juntou a mudança de estrutura administrativa, aumento do volume, novas regras de solução legislativa, e, portanto, tudo isto provoca algum embaraço", concluindo que "só demagogicamente se pode dizer que isto era muito fácil de se resolver".

Leia Também: "Via Verde" para Imigração já em vigor. AIMA minimiza falta de consulados

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