DGS avalia uso obrigatório de máscara em espaços públicos com "bom senso"
O uso de máscara em espaços públicos e por crianças está a ser estudado pela autoridade de saúde. A ser tomada, medida terá em conta o "risco" e a "proporcionalidade". "Uma coisa é passear numa rua movimentada numa cidade, outra é passear o cão às 22 horas numa zona não movimentada".
© Global Imagens
País Covid-19
Conhecidos os dados do boletim epidemiológico desta sexta-feira (mais 401 infetados e seis mortes), a secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, e a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas atualizaram a informação relativa à infeção pelo novo coronavírus (Covid-19) no país.
No arranque da conferência, Jamila Madeira indicou que o número de profissionais infetados com Covi-19 até hoje se situa nos 4.401, dos quais 3.821 já estão recuperados. Ao nível de estruturas residenciais para idosos, há 60 entidades com utentes positivos, estando 523 utentes e 224 funcionários infetados.
Perante os dados, a governante sublinhou que "importa não descurar, nem em casa, nem em trabalho, nem de férias" as medidas de segurança. "Em todo o momento temos de aplicar as medidas de segurança", reforçou.
Agosto com média de 13.714 testes
Durante o mês de agosto, foram realizados em média 13.714 testes por dia, sendo o total: 1 milhão e 992 mil testes realizados. "Todo o resultado obtido até hoje tem sido desenvolvida (...) com o empenho e dedicação de todos os profissionais do SNS", destacou a secretária de Estado, enfatizando ainda os dados do reforço de investimento do Governo em recursos humanos e equipamentos no Serviço Nacional de Saúde, um caminho que o Executivo quer continuar a trilhar, assegurou.
Questionada pelos jornalistas, a diretora-geral de saúde disse as orientações dadas pela DGS para o regresso às aulas estão a ser "operacionalizadas", pelo que "é normal" que as regras ideias possam ser ajustadas. "É normal que aquelas regras gerais que podem ser aplicadas em condições ideais podem ter que ser revisitadas para encontrar soluções alternativas. Uma coisa são as orientações, outra é a capacidade que há de operacionalizar essas orientações", sinalizou.
"Estamos a preparar mais dois tipos de instrumentos muito úteis", adiantou Graça Freitas, referindo-se a "um referencial" que permitirá às escolas e às autoridades de saúde agilizar procedimentos quando e se existirem casos de infeção ou suspeitos. Vai ainda ser lançada uma campanha de informação. Em todo o caso, avisou que o processo de implementação de regras é contínuo e que vai ser necessário fazer "muitos ajustamentos".
Máscaras obrigatórias na rua?
Graça Freitas afirmou que a DGS está, neste momento, "a revisitar" a questão do uso das máscaras em três aspectos "importantes". A primeira prende-se com o facto de existir uma nova orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre o uso de máscaras por crianças a partir dos seis anos.
O outro aspeto em estudo é a utilização da máscara em locais públicos. Neste ponto, a diretora-geral de saúde lembrou que tem sido a postura das autoridades portugueses tomar medidas proporcionais ao risco. Estando a questão em análise, Graça Freitas frisou que "temos de ter noção do risco" e atuar em conformidade. E deu um exemplo: "Ir de facto para uma rua movimentada de uma cidade é diferente do que passear o cão às 22 horas numa zona não movimentada". "Teremos de ter esse bom senso e sentido de proporcionalidade", insistiu.
A terceira vertente em estudo pela autoridade de saúde relaciona-se com o estudos de eficácia de determinadas máscaras, podendo daí resultar, não uma orientação, mas a disponibilização de informação sobre cada tipo destes equipamentos.
Aumento do número de casos "não tem sido exponencial"
Graça Freitas sublinhou ser "precoce" explicar o aumento do número de infeções registado nos últimos dias, no entanto, "faz parte da dinâmica da infecção e há um aumento da atividade deste vírus em toda a Europa". "A atividade normal das pessoas, incluindo turismo e emigrantes que vêm visitar as suas famílias" podem justificar este aumento.
"Estes casos têm-se mais do que disseminado na comunidade e têm constituído surtos, muitas vezes familiares, surtos que são em instituições e surtos que são em empresas ou locais de trabalho. Serão as explicações para este aumento de casos, que não tem sido exponencial", sublinhou Graça Freitas, acrescentando: "Não vamos conseguir ter casos zero, vamos ter aumentos e reduções, temos é de manter a situação controlada para o tal equilíbrio".
Com os alarmes de uma segunda onda a soarem, o Governo decidiu que o país voltará à situação de contingência a partir do dia 15 de setembro.
A medida justifica-se pelo regresso às aulas, altura que coincide com o regresso de muitos portugueses ao escritório, depois de meses em teletrabalho.
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