Utentes de Ferreira do Alentejo exigem "mais e melhores transportes"

Um movimento de utentes de Ferreira do Alentejo contestou hoje a redução da oferta de serviço público de transporte rodoviário que serve o concelho devido à pandemia de covid-19 e exigiu "mais e melhores transportes".

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Lusa
08/09/2020 18:44 ‧ 08/09/2020 por Lusa

País

Covid-19

 

"Devido à covid-19, houve uma redução drástica" da oferta de transporte público rodoviário que serve a população em deslocações dentro e para fora do concelho, disse à agência Lusa Paulo Conde, do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos de Ferreira do Alentejo, no distrito de Beja.

Segundo o responsável, a concessionária dos serviços públicos de transporte rodoviário de passageiros existentes no Baixo Alentejo, a empresa privada Rodoviária do Alentejo, "suprimiu várias carreiras".

"Há poucos transportes e em horários que não servem as necessidades da população", lamentou, frisando que o movimento "não compreende que, após o início do desconfinamento", a população do concelho "continue privada de várias carreiras", porque "já estão reunidas algumas condições para repor e até aumentar o número de carreiras".

A situação levou o movimento a realizar hoje uma tribuna pública na vila de Ferreira do Alentejo para os utentes exigirem "mais e melhores transportes" e "um maior respeito por quem precisa de transporte público", explicou Paulo Conde.

Na tribuna, o movimento aprovou uma moção a exigir à autoridade de transporte público da região, a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL), e à Rodoviária do Alentejo que "tomem as providências e medidas adequadas para resolver o problema".

Na moção, o movimento considera "imprescindível" e "exige" que "sejam repostos os horários suprimidos e, ao mesmo tempo, reforçadas as carreiras" para os utentes de transportes públicos poderem "viajar em segurança e respeitar as normas em vigor" e determinadas pelas autoridades de saúde devido à covid-19, disse.

"É uma responsabilidade de todos garantir o distanciamento físico, mas a atividade económica tem de continuar e tem de ser dada resposta às necessidades de deslocação das pessoas", refere o movimento na moção, frisando que "são os mais carenciados que mais necessitam de usar os transportes públicos".

Paulo Conde disse que o movimento já reuniu com a Rodoviária do Alentejo, que explicou que a redução da oferta de transportes se deveu à pandemia de covid-19 e levou a que a empresa colocasse vários trabalhadores em regime de 'lay-off' e remeteu para a CIMBAL.

O movimento também enviou um ofício à CIMBAL, a qual, na resposta a que a Lusa teve hoje acesso, explica que, devido à covid-19, os transportes públicos rodoviários de passageiros da região "estão a funcionar apenas com os serviços mínimos" e a ser "financiados com recurso a verbas transferidas do Orçamento do Estado pelas autoridades de transporte".

"O serviço é altamente deficitário devido à quase inexistência de passageiros no período pandémico que atravessamos", ao qual se juntou o período de férias, refere a CIMBAL, explicando que, "no final de julho", esgotou "quase na totalidade" as verbas para financiar os serviços mínimos e, por isso, teve de "optar por assegurar apenas algumas carreiras, dado o grande dispêndio que comportam".

A CIMBAL explica que a legislação "impossibilita" que o apoio aos operadores de transporte rodoviário "exceda mais de 50% da oferta habitual" e, por isso, está "a tentar manter um nível mínimo de serviço, de acordo com as disponibilidades financeiras" e irá "reavaliar a situação" este mês.

Na resposta, a CIMBAL indica que aguarda a divulgação das verbas destinadas à CIMBAL no Orçamento Suplementar para este ano e o início do novo ano letivo com aulas presenciais para "repor o normal funcionamento dos serviços".

Contactada hoje pela Lusa, a CIMBAL, através de fonte oficial, justificou a situação com os mesmos argumentos e prestou as mesmas informações que tinha dado na resposta ao movimento.

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