CDS considera "curto" resultado da reunião de gabinete de crise

O CDS-PP considerou que o resultado da reunião de hoje do gabinete de crise sobre a evolução da covid-19 foi "manifestamente curto", apesar de exprimir "total concordância" com o princípio de que "país não pode voltar a fechar".

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©  Facebook / Ana Rita Bessa

Lusa
18/09/2020 15:27 ‧ 18/09/2020 por Lusa

Política

Covid-19

No final da reunião do gabinete de crise sobre a evolução da covid-19, em Portugal, o primeiro-ministro, António Costa, alertou que o país poderá atingir os mil casos diários na próxima semana, recordou as regras de segurança para evitar a propagação do vírus - distanciamento social, uso de máscara, higiene das mãos, etiqueta respiratória - e apelou a que mais pessoas descarreguem a aplicação informática Stayaway Covid.

"O CDS manifesta, por um lado, a sua total concordância com o princípio de que o país não pode voltar a fechar e de que é preciso que todos nós respeitemos as normas de segurança e, desejavelmente, descarreguemos a aplicação que nos pode proteger a nós e aos outros. Mas parece-nos manifestamente curto o que saiu desta reunião", afirmou a deputada Ana Rita Bessa, em declarações aos jornalistas no parlamento.

"Há uma outra parte que cabe ao Estado executar que nos parece estar aquém do que seria expectável nesta época", acrescentou.

Como exemplos, a deputada democrata-cristão apontou falhas na reabertura das escolas, referindo-se à formação de filas à porta de algumas escolas ao início e fim das aulas, devido ao número reduzido número de funcionários, que poderão ser "possíveis focos de contaminação".

Quanto ao anunciado reforço de 1.500 assistentes operacionais, Ana Rita Bessa considerou que "peca por tardio" e alertou que o número pode não ser suficiente face às 4.500 escolas existentes no país.

"Do ponto de vista da saúde pública, não houve reforço das equipas. Caso se verifiquem esses mil casos por dia, haverá manifesta incapacidade de rastrear esses contactos e garantir que não há disseminação na comunidade", apontou ainda a deputada responsável pela área da Saúde na bancada do CDS-PP.

Por outro lado, lamentou que as anunciadas 18 brigadas distritais para acompanhar a situação nos lares "ainda não estejam no terreno".

"Preocupa-nos muito que o Estado não esteja a fazer a sua parte, sem em nada retirar que são precisos comportamentos de autorregulação por parte da população para garantir que o país não volta a fechar", reforçou.

Questionada se o CDS defende que a máscara deveria passar a ser obrigatória no espaço exterior, a deputada admitiu que essa medida "é altamente recomendável" e será "provavelmente inevitável" pelo menos em alguns locais.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 946 mil mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 1.894 em Portugal.

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