Sindicato alerta para instituições que não protegem a docentes de risco
Pelo menos duas instituições do ensino superior não estão a cumprir o dever especial de proteção em relação aos docentes que pertencem ao grupo de risco de covid-19, denunciou hoje o sindicato de professores SNESup.
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País Covid-19
"Os politécnicos de Tomar e do Porto divulgaram circulares informando que não iria ser acautelado o dever especial de proteção", afirmou à Lusa o presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), Gonçalo Leite Velho.
Doentes oncológicos ou portadores de doenças respiratórias crónicas são alguns dos casos que têm de ser protegidos durante a pandemia de covid-19, mas, segundo Gonçalo Velho, tal não está a acontecer em todas as instituições.
Entre as histórias que chegaram ao conhecimento do sindicato destacam-se as dos docentes "com contratos precários que dão aulas práticas".
Gonçalo Leite Velho referiu que a autonomia das instituições permite-lhes tomar decisões e a maioria tem sido sensível ao tema, mas existem situações que revelam "uma completa falta de cuidado e completa insensibilidade dos dirigentes".
Alguns professores do ensino superior que pertencem ao grupo de risco "sentem-se como os mineiros", porque "vão trabalhar sabendo que a sua vida está em perigo", alertou o presidente do SNESup.
Além disso, têm chegado relatos ao SNESup de universidades que não têm material desinfetante nem têm as instalações preparadas para receber os alunos, como foi o caso da Universidade da Beira Interior, acrescentou.
A poucos dias do arranque de mais um ano letivo para a maioria das instituições, os docentes queixam-se de falta de informação e acreditam que o problema poderia ser minimizado "se o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) fizesse uma recomendação e sensibilizasse para a matéria".
Esta semana, os representantes das universidades e institutos politécnicos explicaram à Lusa que a situação dos docentes que pertencem ao grupo de risco é avaliada caso a caso, mas nem todos poderão ficar em teletrabalho.
Ao contrário do que acontece no ensino básico e secundário, a porta do teletrabalho não está fechada aos docentes do superior, mas as instituições não têm uma resposta pré-definida para todos.
Muitas universidades vão optar por regimes de ensino misto rotativo, em que, por exemplo, numa semana metade da turma tem aulas presencialmente e a outra metade está a acompanhar à distância, e na semana seguinte trocam os turnos.
No caso dos politécnicos, muitas instituições estão a dotar as salas de aula com equipamento que permita a transmissão em direto das aulas para os estudantes que estão em casa.
A maioria das instituições inicia o novo ano letivo a partir da próxima semana, depois de serem conhecidos os resultados da 1.ª fase do concurso nacional de acesso, que serão divulgados em 28 de setembro.
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