"Confirma-se a instauração de inquérito. O mesmo encontra-se em investigação", afirmou a Procuradoria-Geral da República, em resposta à agência Lusa.
O Tribunal da Relação de Coimbra tinha decidido não pronunciar Valdemar Alves no processo sobre as responsabilidades do grande incêndio de Pedrógão Grande, que junta dez arguidos, por este ter sido constituído arguido a partir do requerimento de uma assistente que não o poderia fazer.
No recurso apresentado pelo Ministério Público à Relação de Coimbra, a procuradora Ana Simões questionava a legitimidade daquele requerimento pela assistente, mas assumia que havia indícios suficientes que permitiam responsabilizar criminalmente Valdemar Alves.
Após a decisão da Relação de Coimbra de não pronunciar o autarca, o Ministério Público anunciou em julho a intenção de abrir um inquérito contra o presidente da Câmara de Pedrógão Grande.
Na altura, a Procuradoria Regional de Coimbra referia que "o Ministério Público decidiu promover a extração de certidão, com vista à instauração, oportunamente, de inquérito criminal com esse objeto".
A PGR confirma agora a instauração do inquérito contra Valdemar Alves, que, caso o processo não seja arquivado, será julgado então num processo autónomo.
No outro processo, vão a julgamento os então presidentes dos municípios de Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, Fernando Lopes e Jorge Abreu (que se mantém no cargo), respetivamente; o na altura vice-presidente da Câmara de Pedrógão Grande, José Graça, e a então engenheira florestal do município Margarida Gonçalves; o comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut; o subdiretor da área comercial da EDP, José Geria, e o subdiretor da área de manutenção do Centro da mesma empresa, Casimiro Pedro; e três responsáveis com cargos na Ascendi Pinhal Interior: José Revés, António Berardinelli e Rogério Mota.
O incêndio, em junho de 2017, provocou a morte de 66 pessoas.