Portugal ainda está longe de alcançar a imunidade de grupo, de acordo com Celso Cunha, virologista do Instituto de Higiene e Medicina Tropical. Para o especialista, "não vamos ter imunidade de grupo antes de termos uma vacina".
Em entrevista à SIC, o virologista considerou que ainda estamos longe, inclusive, de "saber se a imunidade de grupo pode ser atingida". Isto porque, alegou, "os últimos estudos apontam para taxas de prevalência de anticorpos muito abaixo de 10%".
Por isso, "estamos muito longe de atingir a imunidade de grupo de acordo com o modelo clássico", considerou Celso Cunha, esclarecendo que há outros "estudos alternativos" que apontam para outro valores. Ainda assim, para o especialista não é espectável que haja imunidade de grupo antes da vacina contra a Covid-19, que ainda está em desenvolvimento.
Já analisando a evolução da pandemia do novo coronavírus em Portugal, recordou o virologista do Instituto de Higiene e Medicina Tropical que, "apesar de termos aumento de casos, o número de internados em cuidados intensivos e de mortes não atingiu ainda valores de abril".
Ainda assim, reconhece que este número de internados em hospitais e unidades de cuidados intensivos faz soar o alarme, já que representa um "peso maior para o Serviço Nacional de Saúde".
Constatou ainda Celso Cunha que "este vírus não é tão sazonal como se poderia esperar" porque "está permanentemente com capacidade de infetar em qualquer estação do ano e por isso temos assistido, desde o desconfinamento até agora, a um aumento gradual do número de casos".