Covid-19. "Próximos dias anteveem-se complicados e com elevada pressão"
A conferência de atualização da informação relativa à infeção pelo novo coronavírus no país contou esta sexta-feira apenas com a presença da ministra da Saúde, Marta Temido.
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País Covid-19
Após terem sido conhecidos os mais recentes dados da incidência da Covid-19 em Portugal - mais 2.899 infetados e 31 mortes - teve lugar ao início da noite desta sexta-feira a conferência de imprensa de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus, que contou apenas com a presença da ministra da Saúde, Marta Temido.
A governante começou por afirmar que "neste, que é um momento muito difícil da evolução da pandemia em Portugal e na Europa" e em que "os próximos dias se anteveem complicados e com elevada pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS)", Marta Temido quis deixar algumas notas sobre a capacidade instalada para combater a Covid-19.
"Quero sublinhar que os hospitais do SNS do país têm uma capacidade total de cerca de 21 mil camas, que se dividem em várias tipologias" e que "o número de camas para internamento é dinâmico e relativamente flexível", sublinhou a ministra.
Já para efeitos de "capacidade potencial" de resposta à pandemia, "não se consideram as tais 21 mil camas", uma vez que aqui também se incluem camas em hospitais especializados, como "psiquiátricos ou institutos de oncologia, mas sim "cerca de 19.700 camas" em hospitais gerais.
Destas, "algumas não podem ser usadas" em picos de afluência "por serem camas com naturezas específicas", nomeadamente afetas a quem sofreu AVC ou para cuidados a queimados. "Por regra, para a nossa contabilização, são consideradas apenas as camas de enfermaria médico-cirúrgica, isto é, cerca de 17.700 camas", explicou a ministra, vincando ser esta a "capacidade máxima".
A estas, juntam-se 1.021 camas de cuidados intensivos e 566 de cuidados intermédios nos Hospitais do Serviço Nacional de Saúde. Também nestas, algumas têm de estar "sempre reservadas".
"Hospital de campanha no perímetro do Hospital de Penafiel"
A situação epidémica no Norte do país foi também tema na conferência. Esta conhece, atualmente, uma "elevada pressão" e em três concelhos específicos - Paços de Ferreira, Felgueiras e Lousada - onde foram tomadas medidas mais 'apertadas' e onde há uma "pressão especial". "Daí que esteja a ser montado, neste momento, um hospital de campanha no perímetro do Hospital de Penafiel".
"Além da capacidade de expansão que tem o SNS, há também a capacidade de contar com outras respostas, como esta que acabei de referir", sublinhou.
Já sobre os médicos especialistas em Saúde Pública em regime de disponibilidade permanente, a ministra da Saúde afirmou que estes vão ser pagos por "todo o trabalho suplementar que por eles foi ou venha a ser realizado, para além das primeiras 200 horas anuais de trabalho efetuadas fora do seu período normal de trabalho", revelou ainda, sendo que o pagamento vai ser feito "desde março do corrente ano".
Testes rápidos? "100 mil na primeira semana de novembro"
Marta Temido revelou hoje que o ministério "aceitou a disponibilidade da Cruz Vermelha Portuguesa para o fornecimento de testes rápidos de antigénio" e que à data "estão pré-reservados um total de 500 mil testes". Estes vão ser recebidos "de forma faseada", sendo que "a primeira fase de entrega - 100 mil testes - deverá ser entregue na primeira semana de novembro".
A ministra versou ainda, na conferência, sobre uma reunião hoje mantida com Conselho Nacional de Saúde Pública, onde os conselheiros fizeram várias recomendações. "A necessidade de reformulação do modelo de comunicação - com mais clara separação das linhas técnica e política - uma ainda maior aposta em medidas preventivas, a necessidade de continuar a proteger os mais vulneráveis (...) recuperar a humanização dos cuidados, a preocupação em proteger os profissionais de saúde e a vantagem de antecipar o planeamento de dois momentos futuros: a vacinação contra a Covid-19 e a pós-pandemia".
Haverá uma nova reunião na próxima semana, anunciou, para o "aprofundamento da agenda de análise das medidas que podem ser tomadas nesta fase tão distinta da primeira" da pandemia, disse Marta Temido.
Há 63 escolas com surtos ativos de Covid-19
Questionada sobre a questão das escolas - e tendo em conta que as instituições de Borba e Vila Viçosa encerraram a sua atividade presencial devido à situação causada pela Covid-19 - a governante disse que "haverá 63 escolas com surtos ativos no país", mas também salientou que a estratégia passa por não encerrar estabelecimentos de ensino.
"A decisão das autoridades de Saúde Pública é uma decisão médica" e, como tal, "ela é tomada em função de um determinado contexto", frisou, acrescentando que, "é ilógico comparar decisões de autoridades tomadas em contextos distintos".
Já em relação aos lares, há "107 surtos ativos": 29 no Norte, 17 no Centro, 49 em Lisboa e Vale do Tejo, oito no Alentejo e quatro no Algarve. Abrangiam "cerca 1.400 utentes e cerca 570 funcionários infetados". "É um dos aspetos da pandemia que mais preocupações nos tem suscitado desde o início", reforçou a ministra da Saúde.
Veja a conferência na íntegra:
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