Pedro Siza Vieira, ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, e João Galamba, secretário de Estado Adjunto e da Energia, estão a ser investigados pelo Ministério Público. Em causa está um inquérito-crime que averigua indícios de tráfico de influência e corrupção, entre outros crimes económico-financeiros.
A informação é avançada pela revista Sábado, esta quinta-feira, que apurou que a investigação já está numa fase avançada e terá sido motivada por uma denúncia que chegou ao Ministério Público no ano passado.
A denúncia alertava, segundo a mesma revista, para "suspeitas de favorecimento de grupos empresariais" no Plano Nacional do Hidrogénio. Os governantes "são suspeitos de favorecimento do consórcio EDP/Galp/REN no milionário projeto do hidrogénio verde para Sines".
Ao Notícias ao Minuto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirma "apenas a existência de um inquérito a correr termos no DCIAP". O caso, revela ainda a PGR, está "em investigação, não tem arguidos constituídos e está em segredo de justiça".
O Ministério da Economia, também em resposta ao Notícias ao Minuto, alega que o "ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital não tem conhecimento de qualquer investigação a que o seu nome esteja associado".
Também em reação, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática remeteu para os esclarecimentos já dados à Sábado, defendendo que “desconhece a existência de qualquer processo, investigação ou inquérito relativos ao assunto mencionado”.
A Galp, a EDP e a REN revelaram à Lusa que também desconhecem o caso.
No âmbito da Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2), o Governo estima gastar 186 milhões de euros em investimentos na área do hidrogénio e gases renováveis.
Estão ainda previstos 69 milhões de euros para a "potenciação da eletricidade renovável no arquipélago da Madeira", mais 116 milhões para a transição energética nos Açores, totalizando esta componente do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) entregue em Bruxelas 371 milhões de euros.
O Governo aprovou, em 21 de maio, a estratégia nacional para o hidrogénio, que prevê investimentos de 7.000 milhões de euros "no horizonte 2030", levando a uma redução da importação de gás natural de 300 a 600 milhões de euros.
[Notícia atualizada às 13h10]