"A intenção de nos associarmos à manifestação espontânea do movimento Pão e Água - marcada para dia 25 de novembro - é conseguir chegar à Assembleia da República e transmitir ao Governo que somos parceiros e que queremos voltar a ser importantes para o país, declarou hoje Daniel Serra, presidente da associação nacional de restaurantes PRO.VAR.
O responsável recordou que em 2015, na altura de eleições legislativas, o atual primeiro-ministo, António Costa, enviou uma carta para os empresários da restauração a dizer que "contava com eles" e "contou".
Com a atual pandemia e a crise económica instalada no país e no mundo, a PRO.VAR quer ir dizer ao primeiro-ministro na quarta-feira que agora é a hora da "restauração contar com o Governo".
"A restauração conta com o Governo agora, porque somos importantes para o Produto Interno Bruto do país" e porque queremos mais uma vez ser parceiros do Governo", acrescentou.
Em entrevista telefónica à agência Lusa, o presidente da PRO.VAR, PROmover & InoVAR, Associação para Defesa, Promoção e Inovação dos Restaurantes de Portugal, adianta que da cidade do Porto vai sair um autocarro e várias viaturas ligeiras pelas 10:30, da Alameda das Antas. A caravana vai juntar-se, pelas 12:00, na estação de serviço de Leiria da autoestrada 1 (A1), aos outros trabalhadores e empresários do setor da restauração de Aveiro, Braga e Gaia, para depois de almoço seguirem para Lisboa.
Depois de marcar presença nas ruas do Porto, Lisboa, Faro, Aveiro ou Guimarães, na sequência do anúncio das medidas de confinamento aos fins-de-semana a partir das 13:00, o coletivo que reúne profissionais do comércio, cultura, hotelaria, restauração e animação noturna, sai de novo para a rua esta quarta-feira para se manifestar em frente à Assembleia da República.
O 'chef' Ljubomir Stanisic, uma das vozes do movimento "A Pão e Água", vai deixar na Assembleia da República várias dezenas de chaves de restaurantes que tiveram de encerrar na sequência da pandemia e da crise no setor, com o objetivo de sensibilizar os decisores políticos para a situação.
As medidas para combater a covid-19 paralisaram setores inteiros da economia mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que a pandemia reverterá os progressos feitos desde os anos de 1990, em termos de pobreza, e aumentará a desigualdade.
Para Portugal, o FMI prevê uma queda de 10% em 2020, e uma recuperação de 6,5% para 2021.
Estas previsões diferem das do Governo português, que antecipa uma queda da economia de 8,5% este ano, e uma recuperação de 5,4% em 2021.
Já a Comissão Europeia prevê uma queda de 9,3% da economia portuguesa em 2020, e um crescimento de 5,4% no próximo ano.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.397.322 mortos resultantes de mais de 59,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 4.056 pessoas dos 268.721 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.