Covid-19. Supressão de comboios gera ajuntamentos na estação do Rossio

A supressão de comboios gerou hoje a formação de ajuntamentos na estação do Rossio, em Lisboa, onde a PSP realizava uma operação policial, e impediu que centenas de passageiros cumprissem a hora estabelecida para o recolher obrigatório.

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Lusa
28/11/2020 16:54 ‧ 28/11/2020 por Lusa

País

Covid-19

 

 

Pelas 12h30, sob vigilância de meia dúzia de agentes da PSP, começava-se já a adensar uma longa fila de passageiros na plataforma da estação do Rossio, aguardando a chegada do comboio com destino a Sintra.

Apesar do aviso da supressão de comboios já ter sido previamente divulgada na página da internet da CP - Comboios de Portugal e nas estações, muitos passageiros foram apanhados de surpresa e manifestaram o seu desagrado, como constatou a agência Lusa no local.

"As pessoas estavam a fazer conta com as 13h01 [horário normal] e vou ter de estar aqui uma hora à espera. Isto é uma grande anedota", queixa-se à Lusa Fernando Matos, que aguardava o comboio para Queluz.

Uns metros mais à frente, num tom mais calmo, Pedro Mouzinho, que aguardava o comboio para viajar até Rinchoa, criticou a decisão da CP de suprimir os comboios.

"Normalmente costuma haver comboios de meia em meia hora e, neste caso, não se está a verificar isso. O impacto de pessoas é muito maior, há mais acumulação de gente nos comboios. Isto é grave para quem circula. Isto não devia acontecer. Devia haver mais comboios", defende.

Apesar da indignação com o tempo de espera, alguns passageiros manifestaram a sua concordância com as restrições impostas e o recolhimento obrigatório a partir das 13:00.

"Eu concordo porque as coisas estão piorando. Aliás o fim de semana também é bom para estar com a família", afirma Jacinto Garcia.

Também Zélia Barroso, que aguardava o comboio para a Amadora, manifestou a sua concordância com as medidas impostas: "Eu acho que as pessoas se devem manter em casa porque senão 'a gente' nunca mais se vê livre do vírus", observou.

Entretanto, a própria PSP, que já tinha agendado no local uma operação policial devido ao recolher obrigatório, também foi apanhada de surpresa pelos efeitos da supressão e teve de readaptar a sua ação, como explicou à Lusa a subcomissário Nina Ribeiro.

"Sabíamos que haveria supressão dos comboios, não sabíamos que seria neste contexto. Eu pessoalmente não sabia enquanto oficial de serviço. No entanto, junto da CP obtivemos a informação necessária para readaptarmos o policiamento e correr tudo dentro da normalidade", apontou.

Apesar do contratempo, a oficial da PSP fez um balanço positivo da operação no Rossio e do cumprimento das regras.

"Não constatámos qualquer tipo de infração. A única coisa que constátamos foi que as pessoas tinham desconhecimento, apesar de a CP ter difundido, as pessoas desconheciam e isso gerou revolta, porque tinham a preocupação de regressar também ao seu domicílio às 13:00 e sentiam que não iam conseguir cumprir", atestou.

Na sexta-feira, a CP anunciou que ia reduzir a circulação dos combios alfa, intercidades, inter-regionais, regionais e urbanos, este fim de semana e nos dias 01 de dezembro e de 05 a 08, na sequência das restrições impostas no âmbito do estado de emergência.

O país está em estado de emergência desde 9 de novembro e até 8 de dezembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.

Durante a semana, o recolher obrigatório tem de ser respeitado entre as 23h00 e as 5h00, enquanto nos fins de semana e feriados a circulação está limitada entre as 13h00 de sábado e as 5h00 de domingo e entre as 13h00 de domingo e as 5h00 de segunda-feira.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.444.426 mortos resultantes de mais de 61,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 4.276 pessoas dos 285.838 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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