Liga Contra a Sida pede apoios para comprar unidade móvel para rastreios

A Liga Portuguesa Contra a Sida (LPCS) pediu hoje o apoio de todos para conseguir adquirir uma nova unidade móvel para realizar mais rastreios e chegar às populações que vivem com VIH e não estão diagnosticadas.

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Lusa
30/11/2020 12:10 ‧ 30/11/2020 por Lusa

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Sida

 

O apelo é feito pela presidente da LPCS, Eugénia Saraiva, na véspera de se assinalar o Dia Mundial Contra a Sida e a 'Giving Tuesday', o maior movimento mundial de solidariedade que incentiva as pessoas a participarem em diversas causas, através da doação de dinheiro, bens ou tempo.

"Para continuarmos a existir e a apoiar quem mais necessita, nós também precisamos do apoio daqueles que se ligaram a nós há 30 anos e que conhecem o nosso trabalho" e "uma vez que o dia 01 de dezembro se assinala o Dia Mundial de Luta Contra a Sida, lembrem-se de apoiar a LPCS na Giving Tuesday. Basta fazer um donativo através de MB WAY 911500072 e este gesto solidário fará a diferença", disse à agência Lusa Eugénia Saraiva.

O apoio pode ser dado de diversas formas, através de "um simples donativo", ou ainda através de bens de primeira necessidade para distribuir por quem procura apoio na LPCS, onde os pedidos aumentaram porque pessoas ficaram sem emprego ou em 'lay-off' e outras ficaram doentes e viram o seu orçamento reduzido.

Em qualquer loja dos CTT, poderá pedir-se uma embalagem solidária e enviar alimentos embalados e enlatados gratuitamente.

Apesar do contexto da pandemia de covid-19, a LPCS esteve sempre no terreno, através dos seus centros de atendimento e apoio integrado em Lisboa, Loures e Odivelas e da única unidade móvel que tem, a "Saúde mais perto".

Segundo o relatório 'World AIDS Day Report' existem 38 milhões de pessoas, no mundo, a viver com VIH. Só em 2019 foram infetadas 1,7 milhões e 690 mil morreram com doenças relacionadas com a sida.

Em Portugal, os casos desceram quase 30% em 2019 face a 2018, registando-se apenas 778 diagnósticos, revela o relatório "Infeção VIH e SIDA em Portugal - 2020", segundo o qual morreram 197 doentes, dos quais 46,2% já no estádio SIDA.

"Continuamos no terreno mas queremos fazer mais, queremos na realidade contribuir para que estes números que foram apresentados sejam um motivo de orgulho e mostrar que estamos a fazer o melhor para que não cheguem às estruturas hospitalares pessoas com diagnósticos tardios e em estado de SIDA", salientou Eugénia Saraiva.

É neste sentido o apelo da liga: "nós estamos cá porque 'na sida existe vida', mas nós só continuaremos a viver com o apoio de todos e o apoio que precisamos neste momento é para adquirir uma nova unidade móvel de rastreios, para que possamos continuar a chegar a todos".

Ao fim de 30 anos, que a Liga está a assinalar, "é muito importante" não esquecer que, apesar da pandemia, continuam a existir outras infeções e doenças, que têm de ter acesso às primeiras consultas e cujo tratamento tem que ser assegurado, assim como às formas de prevenção (PrEP e PPE).

"Para nós, é fundamental continuar a testar, a referenciar para diagnosticar, a religar ao Serviço Nacional de Saúde os utentes e, sobretudo, informar sobre formas de transmissão e de prevenir o VIH, as hepatites virais, entre outras infeções sexualmente transmissíveis", frisou.

Para isso, é preciso apostar no diagnóstico precoce, na promoção da saúde e na defesa da doença física, mas também da saúde mental que "é fundamental neste momento".

"Quem já apresentava perturbações [de saúde mental], com a covid-19 sentiu o agravamento desta sintomatologia. As pessoas estão muito saturadas, assiste-se a uma fadiga da pandemia", sublinhou.

Traçando um paralelismo entre o aparecimento da covid-19, uma doença sobre a qual ainda pouco se sabe, e o vírus da imunodeficiência humana (VIH) que surgiu na década de 80, Eugénia Saraiva disse que apenas se sabia que "era um vírus que estava associado à morte, que tocava as pessoas ainda mais vulneráveis, os chamados então grupos de risco".

Na realidade, sabia-se que "qualquer pessoa podia contrair esse vírus se nós não nos preveníssemos e aqui o paralelismo é se há 30 anos" se falava no preservativo para prevenir o VIH, e ainda hoje se deve falar, "para a covid-19 continuamos a falar da máscara, da etiqueta respiratória, da lavagem das mãos e da higienização dos locais".

"Isto são as certezas que temos em relação à covid-19. Tudo o resto foi como o VIH: Investigar, testar e tratar atempadamente e continuar a procurar respostas efetivas para controlar esta pandemia.

Devido à pandemia, a LPCS reduziu sensivelmente em 75% o número de rastreios, por oposição a um aumento significativo do número de materiais preventivos (preservativos e géis) distribuídos e, apesar de todas as dificuldades de referenciação e de aceitação por parte dos hospitais, conseguiu referenciar todos os casos reativos.

 

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