Eduardo Lourenço, de 97 anos, morreu hoje, em Lisboa, confirmou à agência Lusa fonte da Presidência da República.
À agência Lusa, Catarina Martins referiu que "Eduardo Lourenço viveu quase um século, no qual emprestou ao país o seu pensamento e a sua intervenção".
"Foi filósofo, ensaísta, professor e, sobretudo, um pensador imprescindível. E teve, ao longo da vida, uma inquietude que o levou a marcar presença em momentos determinantes", enalteceu.
A coordenadora bloquista recordou ainda que, "mesmo nestes últimos anos de vida, encontrou forças para marcar presença quando era imprescindível afirmar a solidariedade que une contra o ódio que divide".
"A sua morte é uma enorme perda, resta-me agradecer o que nos deixa", sublinhou.
Professor, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta, interventor cívico, várias vezes galardoado e distinguido, Eduardo Lourenço foi um dos pensadores mais proeminentes da cultura portuguesa.
Eduardo Lourenço Faria nasceu em 23 de maio de 1923, em S. Pedro do Rio Seco, no concelho de Almeida, no distrito da Guarda.
Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas, na Universidade de Coimbra, em 1946, aí inicia o seu percurso, como assistente e como autor, com a publicação de "Heterodoxia" (1949).
Seguir-se-iam as funções de Leitor de Cultura Portuguesa, nas universidades de Hamburgo e Heidelberg, na Alemanha, em Montpellier, na França, e no Brasil, até se fixar na cidade francesa de Vence, em 1965, com atividade pedagógica nas principais universidades francesas.
Autor de mais de 40 títulos, possuiu desde sempre "um olhar inquietante sobre a realidade", como destacaram os seus pares.