António Costa assumiu estas posições numa conferência de imprensa conjunta com o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, depois de questionado sobre a perspetiva de uma cimeira entre União Europeia e Estados Unidos (já com a nova administração de Joe Biden) no primeiro semestre do próximo ano, e se o objetivo europeu de reforço da sua autonomia estratégica não irá prejudicar a possibilidade de um acordo global comercial com Washington.
O primeiro-ministro português recusou que esse objetivo da autonomia estratégica da União Europeia seja incompatível com a ideia de "uma Europa aberta ao mundo".
"A Europa deve reforçar a sua capacidade de produção, encurtar as cadeias de valor, reforçar a sua autonomia, mas mantendo-se aberta ao mundo - um mundo que deve ser multilateral, em que as diferentes regiões económicas organizam devidamente os seus tratados comerciais para garantir os melhores padrões, sociais, ambientais e de transparência fiscal", respondeu.
Neste contexto, António Costa apontou depois que os Estados Unidos "são o mais antigo aliado da União Europeia e vão continuar a ser".
"E, seguramente, a nova administração cria uma nova oportunidade para relançar essa relação. O facto de o presidente [eleito] ter dito que o seu primeiro gesto será fazer os Estados Unidos regressarem ao Acordo de Paris significa que voltamos a ter um grande parceiro nesse desafio da humanidade que é travar as alterações climáticas", declarou.
Na véspera desta reunião com David Sassoli, o primeiro-ministro esteve em Bruxelas, onde se reuniu com os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho, Charles Michel.