"Está provado, e disso já temos consequências muito nefastas, que é dos ajuntamentos familiares e da interação social que os focos de propagação do vírus se multiplicam, pelo que, tendo em vista a mobilização da família barrosã para pôr-lhe fim, permito-me sugerir aos barrosões que restrinjam a festa da 'matança do porco' ao número mínimo de presenças, por forma a pôr-se fim a tão desastrada calamidade", afirmou o autarca, em comunicado.
No concelho do distrito de Vila Real, onde o fumeiro representa uma importante fonte de rendimento para as famílias, subsiste a tradição da "matança do porco", um evento que é considerado uma festa e que junta várias pessoas.
Por ser esta a altura em que acontece essa festa popular, o autarca deixou o apelo aos munícipes para limitar, ao mínimo, o número de pessoas presentes.
"A situação extrema que estamos a viver, que decorre das dificuldades surgidas com a covid-19 e com o dever cívico que temos de evitar contágios, tem incidências negativas em toda a vida familiar, social, cultural e económica do concelho, ao ponto de já estarmos todos mentalmente preparados para um Natal sem grandes ajuntamentos e confinado ao mínimo de pessoas possível", salientou.
Orlando Alves acrescentou que "se esta norma tem incidência em tudo quanto seja reunião sagrada, tem naturalmente de repercutir-se ou ser replicada nesta manifestação cultural que é a matança do porco".
De acordo com o boletim epidemiológico do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Alto Tâmega e Barroso, Montalegre registava na terça-feira 74 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus. Desde o início da pandemia o concelho contabiliza 167 casos positivos e dois óbitos.
Portugal contabiliza pelo menos 4.645 mortos associados à covid-19 em 303.846 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O país está em estado de emergência desde 09 de novembro e até 08 de dezembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.