"Hoje vivemos em Portugal um dia de luto nacional devido à morte de Eduardo Lourenço, o nosso maior intelectual, um génio da palavra, do pensamento e da liberdade. Um homem da educação, da ciência e da cultura, como relembrou o secretário-geral das Nações Unidas", disse o representante português, no início dos trabalhos.
O Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) começou esta quarta-feira a sua 210.ª sessão.
O Conselho Executivo é um dos órgãos constitutivos da UNESCO que organiza o seu trabalho e analisa as propostas orçamentais do diretor-geral.
Portugal faz parte do Conselho Executivo da UNESCO até 2021.
Conselheiro de Estado, professor, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta, interventor cívico, várias vezes galardoado e distinguido, Eduardo Lourenço foi um dos pensadores mais proeminentes da cultura portuguesa.
Eduardo Lourenço Faria nasceu em 23 de maio de 1923, em S. Pedro do Rio Seco, no concelho de Almeida, distrito da Guarda, e morreu na terça-feira, em Lisboa, aos 97 anos.
Prémio Camões e Prémio Pessoa, recebeu também o Prémio Europeu de Ensaio Charles Veillon, o Prémio da Academia Francesa, e foi agraciado com as Grãs-Cruzes da Ordem de Sant'Iago da Espada da Ordem do Infante D. Henrique e da Ordem da Liberdade.
Foi ainda nomeado Oficial da Legião de Honra de França e consagrado doutor 'Honoris Causa' pelas universidades do Rio de Janeiro, de Coimbra, Nova de Lisboa e de Bolonha.
Autor de mais de 40 títulos, que testemunham "um olhar inquietante sobre a realidade", como destacaram os seus pares, tem em "Os Militares e o Poder", "Labirinto da Saudade", "Fernando, Rei da Nossa Baviera" e "Tempo e Poesia" algumas das suas principais obras.