Na conferência de imprensa, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, na qual foram anunciadas as medidas de restrição para as próximas semanas devido à pandemia e os planos para o Natal, António Costa foi questionado sobre o porquê de, ao contrário de outros países, o Governo não ter decretado um número máximo de pessoas que possam estar em cada casa nesta celebração.
"O nosso entendimento é que não deve ser o Estado a imiscuir-se na organização da vida familiar e, portanto, as famílias têm hoje já suficiente informação para saberem que todos os encontros são momentos de risco", respondeu.
O primeiro-ministro avisou que o risco será sempre maior quanto mais pessoas houver, quanto mais tempo se estiver sem máscara ou quanto mais pequeno, fechado e menos arejado for o espaço, manifestando confiança no facto de as famílias se saberem organizar.
"Agora eu acho que não competiria ao Estado dizer se as famílias devem abrir duas janelas ou três janelas, se devem ser seis pessoas ou se devem ser 10 pessoas, se em vez de estarem sentados à mesa devem fazer jantar volante, se em fez de se sentarem para confraternizar à mesa como é da nossa tradição, se devem simplesmente encontrar para trocar presentes, se devem estar com máscara ou se devem estar sem máscara", defendeu.
Para Costa, deve-se "confiar nos portugueses e na forma como têm sabido muito bem interpretar a gravidade da situação e agir em conformidade".
"É um sinal de confiança que temos de ter uns nos outros", afirmou.
Na perspetiva do chefe do executivo, "os portugueses têm sido exemplares ao longo destes meses na forma como têm compreendido bem a ameaça" que representa a covid-19, enaltecendo a forma como se "têm mobilizado com enorme sacrifício, espírito de serviço à comunidade para enfrentarem esta pandemia".
No último slide da apresentação das medidas, mostrado num ecrã ao lado de António Costa, podia ler-se a frase "Um Natal com cuidado".