Em entrevista à agência Lusa, a presidente eleita, Ana Gabriela Cabilhas, avançou que para além de ir dar continuidade ao trabalho do seu antecessor (Marcos Alves Teixeira), no que diz respeito à luta pelo aumento de alojamento estudantil e sustentabilidade ambiental na academia, quer dar prioridade ao "emprego jovem" no meio de uma "crise social" derivada da pandemia.
"Eu olho para 2021 como um ano que vai continuar a ser difícil quer para o nosso país, quer para a minha geração e também para a academia, porque estamos numa crise social e que vai ter repercussões. Por isso uma das prioridades será certamente o emprego jovem, porque os estudantes entraram para o ensino superior a recuperar de uma crise económica e saem agora do ensino superior com uma outra crise que ameaça qualquer esperança num futuro melhor", disse Ana Gabriela Cabilhas, assumindo que já se assiste a um clima de "angústia" na academia, principalmente no que são os primeiros empregos.
A FAP pretende "combater o desemprego jovem e pretende "reforçar a confiança no futuro da educação", com "empregos dignos para os jovens diplomados", resume.
A "competência digital" é outra prioridade da FAP, porque, explica a presidente, são competências "facilitadoras para a área da empregabilidade".
As gerações têm de estar preparadas para as necessidades do mercado atual com uma crise pandémica, e para o mercado de trabalho no futuro e daí ser necessário "repensar na educação que se quer para o futuro", tirando partido das competências digitais que estão a revolucionar o mercado de trabalho, "mas também pensar que o mundo está em constante mutação e a pandemia também nos demonstrou isso".
"Maior autonomia através das competências digitais", mas também "maior espírito crítico" para saber responder às mudanças, defende Ana Gabriela Cabilhas, alertando também para a urgência da "inovação pedagógica" dentro do ensino superior que tem de "responder às necessidades de um estudante do século XXI".
"Não é por uma aula ser dada por Zoom [plataforma de videoconferência] que temos um modelo de inovação pedagógica, porque tudo o que eram os procedimentos acabaram por ser mantidos. É preciso mudar a forma como as pessoas interagem", quer docentes, quer estudantes, defendeu, referindo que apesar da pandemia ter transformado muito do ensino presencial em ensino à distância "é preciso mais.
Ana Gabriela defende que é preciso inovar e encontrar as ferramentas digitais do ensino superior do futuro para poder "aprender mais e melhor" e para que não haja um "choque geracional" entre um docente e um jovem que já nasça num mundo completamente digital", que pode ser uma "barreira".