O Plano de Vacinação Covid-19 começou a ser colocado em prática este domingo, dia 27 de dezembro, com mais de 4.800 profissionais de saúde, de todo o país, a serem vacinados só no primeiro dia.
Entretanto, esta segunda-feira, chegaram a Portugal mais 70.200 doses da vacina e a ministra da Saúde anunciou que, no início de janeiro, também os utentes e funcionários dos lares começarão a ser vacinados contra o novo coronavírus.
Apesar de o Plano de Vacinação ter sido apresentado há quase um mês, no dia 3 de dezembro, e já estar em marcha, ainda há quem tenha algumas dúvidas.
De forma a esclarecer todas as questões, as autoridades de saúde reuniram num site as respostas às perguntas mais frequentes, que agora compilamos aqui.
A vacina é segura?
No desenvolvimento e aprovação das vacinas contra a Covid-19, tal como para qualquer outro medicamento, foi garantida a sua eficácia, segurança e qualidade, através de ensaios clínicos e de uma avaliação rigorosa pela Agência Europeia de Medicamentos. Os ensaios clínicos das vacinas contra a Covid-19 decorreram de acordo com os procedimentos habituais para ensaios de qualquer vacina.
Dezenas de milhares de voluntários foram vacinados e comparados com o idêntico número de voluntários não-vacinados, quanto à ocorrência de efeitos adversos. O tempo durante o qual os vacinados foram acompanhados após a toma da 2.ª dose, ultrapassou as oito semanas. Este é o período durante o qual surgem efeitos adversos comuns após a toma de vacinas, não se tendo observado uma frequência ou gravidade destes efeitos que coloque em causa a segurança das vacinas.
À semelhança do que se passa com qualquer medicamento, os ensaios não podem, contudo, excluir a ocorrência de efeitos adversos muito raros, só detetáveis quando uma vacina é dada a milhões de pessoas. Estes efeitos são detetados pela vigilância implementada pelas autoridades de regulação dos medicamentos de cada país, o Infarmed no caso de Portugal.
A vacina é eficaz?
Até ao momento, há uma vacina aprovada pela Comissão Europeia: a Vacina Comirnaty (da BioNTech/Pfizer).
O ensaio clínico principal que suportou a autorização de introdução desta vacina no mercado, e envolveu no total cerca de 44.000 pessoas, demonstrou que a vacina tem uma eficácia de 95%.
Este ensaio demonstrou que a Comirnaty foi eficaz na prevenção da Covid‑19 em pessoas a partir dos 16 anos de idade. Também demonstrou cerca de 95% de eficácia em participantes com risco de doença grave de Covid-19, incluindo aqueles com asma, doença pulmonar crónica, diabetes, hipertensão arterial ou índice de massa corporal ≥ 30 kg/m2.
A vacina vai proteger-me?
Sim. Ser vacinado contra a Covid-19 permite proteger-nos individualmente contra a doença e suas complicações, bem como contribuir para a proteção da saúde pública, através da imunidade de grupo.
Apesar de muito eficazes, as vacinas não evitam completamente o risco de infeção. Contudo, as poucas pessoas vacinadas que foram infetadas, desenvolveram geralmente formas pouco graves de Covid-19.
Tipos de vacina
A Comissão Europeia contratualizou vacinas em nome de todos os Estados Membros através da celebração de contratos de aquisição prévia.
Até ao final de 2020, a Comissão Europeia chegou a acordo com as seguintes empresas farmacêuticas para a aquisição de potenciais vacinas contra a Covid-19, uma vez comprovada a sua segurança e a eficácia:
- AstraZeneca, para a compra inicial de 300 milhões de doses, com a opção de compra de 100 milhões de doses adicionais;
- Sanofi-GSK, para a compra de até 300 milhões de doses;
- Janssen Pharmaceutica NV, uma das empresas farmacêuticas Janssen da Johnson & Johnson, para a compra de 200 milhões de doses, com a possibilidade de adquirir 200 milhões de doses adicionais;
- BioNTech-Pfizer para a compra inicial de 200 milhões de doses, com a opção de compra de 100 milhões de doses adicionais;
- CureVac para a compra de 225 milhões de doses, com a opção de compra de 180 milhões de doses adicionais;
- Moderna para uma compra inicial de 80 milhões de doses, com a opção de compra de 80 milhões de doses adicionais.
A vacina tem efeitos secundários?
Tal como qualquer outro medicamento, também a vacina contra a COVID-19 pode ter reações adversas. A maioria delas são ligeiras e de curto prazo e nem todas as pessoas as identificam.
Todas as vacinas, ao estimular as nossas defesas, podem causar efeitos secundários ligeiros e de curta duração. Alguns indivíduos vacinados contra COVID-19 nos ensaios clínicos, relataram ter sentido:
- dor no local de injeção;
- fadiga;
- dor de cabeça;
- dores musculares;
- dor nas articulações;
- febre.
- outros efeitos como vermelhidão no local da injeção e náuseas ocorreram em menos de 1 em cada 10 casos.
Geralmente, estes efeitos desapareceram ao fim de 24 a 48 horas. Embora a sensação de febre não seja incomum por 2-3 dias, uma temperatura alta é rara e pode indicar que tem COVID-19 ou outra infeção.
Os sintomas após a vacinação normalmente duram menos do que uma semana. Em caso de persistência dos sintomas ou se surgir outra reação que o preocupe, contacte o seu médico assistente ou a Linha SNS24 (808 24 24 24).
Onde serão administradas as vacinas?
Para a primeira fase, toda a logística da vacinação estará montada de forma a que se possa começar a vacinar em todo o país, utilizando a rede do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Nos lares e estruturas similares, os trabalhadores e residentes irão ser vacinados no local por profissionais do Serviço Nacional de Saúde que irão deslocar-se às instituições para o efeito e, eventualmente, com apoio de recursos do local.
Os profissionais de saúde e outros profissionais prioritários serão vacinados no âmbito dos Serviços de Saúde Ocupacional das instituições onde trabalham ou de outros serviços de saúde próprios.
O que fazer após a primeira dose?
Depois de ter recebido a primeira dose, deverá agendar a segunda, de acordo com a indicação do médico ou enfermeiro, o que acontecerá logo após ter recebido a primeira dose.
Para ter proteção é importante ter ambas as doses de vacina.
O que fazer se não me sentir bem na data da segunda dose?
Se estiver com febre, tosse, dificuldade respiratória, alterações do paladar ou do olfato não deve ser vacinado e deverá contactar o SNS 24 (808 24 24 24). Também não deve ser vacinado enquanto estiver em isolamento profilático. Não deve ser vacinado se estiver em isolamento, à espera de um teste Covid-19, ou se não tiver a certeza que está bem.
E depois da vacina?
Depois de tomar a vacina ainda necessito de usar máscara e respeitar o distanciamento? Sim!
Mesmo após ser vacinada, a pessoa deve continuar a observar todas as medidas preconizadas para a sua proteção e contenção da transmissão, incluindo o uso de máscara.
Por um lado, um vacinado só se deve considerar protegido de doença sete dias depois da toma da segunda dose da vacina. Este é o período que dá garantia de uma resposta robusta por parte do seu sistema imunitário.
Por outro, desconhece-se ainda se estar vacinado impede infeção assintomática. As vacinas conferem proteção contra a doença, mas não necessariamente contra ser portador e transmissor do vírus, sem exibir sintomas. As máscaras e o distanciamento evitam que possamos infetar outras pessoas caso sejamos portadores do vírus sem o saber.
Lembre-se: A Covid-19 transmite-se através de gotículas expiradas pelo nariz ou boca, particularmente ao falar ou tossir. Também pode ser transmitida tocando nos olhos, nariz e boca após contato com objetos ou superfícies contaminadas.
Vacine-se: ajude a proteger os mais vulneráveis.
Se precisar de mais informações sobre a vacinação COVID-19, também pode reportar quaisquer efeitos adversos da vacina através do Portal de Notificação de Reações Adversas (RAM)
Posso ser infetado pela vacina?
Não. Não pode ser infetado através da vacina, pois as vacinas não contêm vírus que causam a doença. No entanto, é possível ter contraído Covid-19 nos dias antes ou imediatamente após a vacinação e surgirem os sinais da doença poucos dias depois da vacinação.
As manifestações mais frequentes de Covid-19 são:
- Tosse;
- Febre;
- Dificuldade respiratória ou falta de ar, perda ou alteração do seu paladar/gosto ou olfato/cheiro.Se tiver alguma destas queixas, fique em casa e contacte a Linha SNS24 (808 24 24 24).
Fui vacinado contra a gripe, também preciso da vacina Covid-19?
Se for elegível para ambas as vacinas, deve ser vacinado para as duas, mas administradas separadamente com o tempo adequado.
Já tive a doença, devo tomar a vacina?
A grande maioria das pessoas que já tiveram Covid-19 adquiriram proteção contra a doença. Presentemente, essa proteção aparenta durar pelo menos três ou quatro meses, mas só com o tempo se saberá por quanto tempo mais se prolonga.
A maioria dos especialistas considera ser seguro que quem já teve a doença tome a vacina. Contudo, enquanto o número de vacinas for muito limitado, as pessoas que tiveram Covid-19 no passado não serão priorizadas.
Não sei se já tive a doença, posso tomar a vacina?
Não existe evidência que justifique quaisquer preocupações de segurança ao vacinar pessoas com história anterior de infeção por SARS-CoV-2, ou com anticorpos contra a Covid-19 detetáveis.
Se eu estiver infetado sem saber (assintomático), será perigoso tomar a vacina?
Não existem evidências científicas que sugiram que a vacinação representa um risco para uma pessoa com infeção assintomática por SARS-CoV-2.
Monitorização do processo
Serão publicadas aqui atualizações periódicas do estado da execução da campanha de vacinação.
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