Portugal cumpriu esta terça-feira o terceiro dia do Plano de Vacinação contra a Covid-19, tendo já vacinado 16.701 profissionais de saúde, até às 18 horas, revelou a ministra da Saúde, Marta Temido, num ponto de situação feito hoje.
Trata-se de um número que "ultrapassa aquilo que teriam sido as doses que chegaram no dia 26" e que "reflete já aquilo que foram as doses chegadas ontem e que começaram hoje a ser administradas".
Sobre a vacinação em Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI) e similares, Marta Temido assinalou que esta vai arrancar no início da semana que vem.
"Como sabem, está prevista uma entrega de vacinas Pfizer na semana que se inicia a 4 de janeiro e, nesse momento, iremos prosseguir a vacinação de profissionais de saúde e avançar para a vacinação em ERPI", lembrou, revelando que o critério que vai ser usado, nesta fase, relaciona-se com os concelhos onde há neste momento maior incidência de Covid-19.
"De acordo com o critério de risco, temos 25 concelhos com risco extremo (mais de 950 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias).
Segundo disse a ministra da Saúde, "estes 25 municípios têm cerca de 150 ERPI e estruturas da rede de cuidados continuados, onde se iniciará a vacinação no princípio da semana que vem", indicou.
Em causa estão 11 concelhos da Administração Regional de Saúde do Norte, cinco do Centro, um de Lisboa e Vale do tejo (LVT) e oito do Alentejo.
A responsável da pasta da Saúde referiu ainda que na semana seguinte continuará a ser feito o reforço das duas linhas identificadas como elegíveis nesta operação de janeiro: a vacinação de profissionais de saúde, o reforço nas ERPI e o avanço para outros concelhos de outros níveis de risco.
Contraindicações?
Questionada pelos jornalistas, Marta Temido disse que, até agora, "não foram detetadas quaisquer reações graves em relação à administração da vacina contra a Covid-19".
"De qualquer forma, recordo que toda a atuação perante essas circunstâncias está protocolada. Neste caso, estando a falar de profissionais de saúde, as pessoas sabem como proceder. Mas quando avançarmos para a população mais geral, a indicação poderá ser, em caso de reações graves, a indicação poderá ser a do contacto da Linha de Saúde 24 ou com a unidade onde foi administrada a vacina", explicou.
Sobre o incidente relacionado com as forças de segurança em Évora (entre a GNR e a PSP) sobre o transporte das vacinas, a governante afirmou que os "incidentes se ultrapassam" e que "ajudam-nos a clarificar os processos no futuro e a melhorar".
Interrogada sobre o facto de cerca de 140 profissionais do Hospital de Viseu se terem recusado a ser vacinados, Marta Temido afirmou que, em primeiro lugar, é preciso perceber porque é que estes profissionais optaram por não se vacinar neste momento. "Há pessoas que optam por não se vacinar neste momento, por razões várias, por estarem em fases de vida em que estão, por exemplo, a iniciar um processo de gravidez", exemplificou.
Seja como for, "isso é algo que precisa de ser melhor esclarecido", frisou a governante, recordando que, em todo o caso, que a vacinação é facultativa.
Graça Freitas tinha indicado, na conferência da Direção-Geral da Saúde (DGS), que tinham sido vacinados 7.585 profissionais de saúde nos últimos dois dias. No primeiro dia deste processo, no domingo, a primeira dose da vacina foi administrada a 4.828 profissionais.
Portugal registou, nas últimas 24 horas, 74 vítimas mortais e mais 3.336 infetados pelo novo coronavírus, ultrapassando assim a barreira de 400 mil casos confirmados, desde o início da pandemia.
Já quanto a óbitos, desde que a Covid-19 chegou a Portugal, 6.751 pessoas não resistiram à doença, revela o boletim epidemiológico divulgado, esta terça-feira, pela DGS.
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