Secretário da Saúde da Madeira diz que situação está controlada

O Governo da Madeira admite que se perspetiva o aumento de casos de covid-19 na região, mas insiste em que a situação da pandemia está comprovadamente "controlada" e rejeita uma situação de rutura de serviços.

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Lusa
11/01/2021 11:15 ‧ 11/01/2021 por Lusa

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Covid-19

"Neste momento, o controlo da pandemia é evidente", disse o secretário regional da Saúde e da Proteção Civil numa entrevista por videoconferência à agência Lusa, argumentando que a região tem em internamento pouco mais de 50 doentes com Covid-19, seis dos quais na Unidade de Cuidados Intensivos dedicada à doença no Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal.

Pedro Ramos afirmou que as estruturas de saúde da Madeira estão a conseguir "controlar todos os doentes Covid, que estão a ser acompanhados pelas equipas médicas e de enfermagem", ou seja, a região "tem o 'staff' operacional nesse sentido".

A Madeira tinha na sexta-feira "50 cadeias de transmissão ativas". Segundo o secretário regional, já existiram "mais de 100, mas 61 foram extintas".

"Não posso mentir. As perspetivas, porque estamos a apanhar agora com os reflexos da quadra natalícia e, dentro de uma semana, com os do Fim do Ano, são de que haja um aumento do número de casos daqui a 15 dias", declarou o médico.

A Região Autónoma da Madeira registou nos primeiros sete dias do ano 619 novos casos de Covid-19, o que representou até então 26% do total de diagnósticos positivos desde o início da pandemia, segundo uma análise aos dados oficiais.

"Devido a esta situação é que as medidas introduzidas em 04 de janeiro foram alteradas em 07 de janeiro, limitando a circulação de pessoas", sublinhou.

O executivo madeirense decretou para os fins de semana de 09 e 10 e de 16 e 17 de janeiro um recolher obrigatório que vigora entre as 18:00 e as 05:00, além do encerramento de comércio e restaurantes às 17:00. De semana, o recolher obrigatório tem início às 23:00.

Porém, Pedro Ramos admitiu que "se a evolução da pandemia for para números impossíveis de controlar", podem ser aplicadas "medidas mais agressivas e mais restritivas".

O responsável argumentou também que, de acordo com a análise efetuada pelo epidemiologista Baltazar Nunes para a Direção-Geral de Saúde, a Madeira "terá conseguido reduzir o seu número médio de contágio (Rt)" e "já está em segundo lugar a contar do fim" da lista das regiões, apresentando um valor de 1.21, embora tenha já tido 1.24.

"Mas, esta evolução dos concelhos de risco é muito variável de um dia para outro", vincou.

Outro dado que, no seu entender, evidencia que a situação epidemiológica está controlada na região é ter apenas, na sexta-feira, 36 casos ativos nos lares e instituições sociais, entre utentes e profissionais, num universo de 3.500 pessoas.

Além disso, o número de mortos é inferior a duas dezenas, tratando-se sobretudo de pessoas com mais de 80 anos. Há a registar "três situações" de doentes com idades inferiores, um dos quais com 46 anos, que eram pessoas como comorbilidades, nomeadamente lúpus e doenças oncológicas em fase terminal.

O secretário refutou que a Madeira tenha sido a primeira região do país com casos da nova estirpe do coronavírus do Reino Unido, realçando que, por exemplo, o "Algarve nunca testou os estrangeiros que chegavam e teve muitos viajantes" oriundos deste mercado, tendo o "maior índice de transmissão (1.29)".

"A Madeira foi a primeira a anunciar o alerta para o país inteiro e os epidemiologistas famosos já dizem que a variante do Reino Unido está em todas as cadeias de transmissão local do país", sustentou.

Os serviços de saúde no arquipélago, afirmou, não se encontram nesta altura num "ponto de rutura", como já acontece a nível nacional, embora tudo dependa da "evolução da pandemia".

Contudo, Pedro Ramos admitiu, com base nas previsões nacionais de que "a catástrofe continue" e aumentem os casos, que "os doentes não-Covid sejam prejudicados", até porque a Direção-Geral da Saúde "já sugeriu que todos os hospitais do país anulassem toda a atividade não-urgente".

Por isso, a região decidiu atrasar 15 dias o programa de recuperação de cirurgias, que ia começar em 15 de janeiro, para avaliar "a evolução, dois ciclos de incubação". Segundo o executivo, é possível "recuperar durante os restantes meses do ano e não há qualquer tipo de problema".

"O objetivo é evitar mais doentes no hospital, mobilização de recursos para operar esses doentes que podem ser necessários para tratar outro tipo de situações que vão aparecendo", sustentou Pedro Ramos.

Segundo os dados mais recentes, divulgados no domingo, a Madeira tem 1.201 casos ativos de Covid-19, de um total acumulado de 2.678 casos positivos. A região já registou 1.459 recuperações e 18 óbitos.

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