Presidência da UE. Portugal quer garantir que "bazuca é mesmo disparada"

O primeiro-ministro português recebeu, esta sexta-feira, o Colégio de Comissários da Comissão Europeia, no Centro Cultural de Belém, para uma ronda de reuniões sobre o programa e as prioridades da Presidência portuguesa da UE.

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Filipa Matias Pereira
15/01/2021 15:22 ‧ 15/01/2021 por Filipa Matias Pereira

Economia

Covid-19

António Costa recebeu, na manhã desta sexta-feira, o Colégio de Comissários da Comissão Europeia e reiterou as três dimensões que vão nortear a Presidência portuguesa do Conselho da União Europeia. Uma delas, destacou, "é a recuperação económica", tornando-se imperioso "assegurar que todos os instrumentos que foram construídos se tornam efetivos e que a bazuca europeia é mesmo disparada".

"Todos os instrumentos financeiros concebidos têm de ser operacionalizados o mais depressa possível. A bazuca'europeia [verbas do fundo europeu de recuperação] tem mesmo de ser disparada", disse, antes de se referir às restantes duas prioridades da presidência portuguesa: O desenvolvimento do Pilar Social da União Europeia e o "reforço da autonomia estratégico" da Europa no mundo.

Em conferência conjunta com Ursula von der Leyen, no Centro Cultural de Belém, o chefe de Governo português apresentou o segundo pilar da ação de Portugal, que irá assentar na "dimensão social da Europa"

Neste domínio, importa "enfrentar os desafios ligados às alterações climáticas e à transição digital", garantindo que "ninguém é deixado para trás".

Está também a ser planeada a Cimeira Social, onde serão convidados a participar o Parlamento Europeu, o Conselho Europeu, os parceiros sociais e a sociedade civil, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), "para haver apoio ao programa de ação que a Comissão Europeia irá apresentar em março".

Lembrou António Costa que a crise pandémica reforçou "a convicção de que a Europa tem de apostar na economia estratégica. Queremos uma Europa mais aberta ao mundo". Neste domínio, um dos vetores de ação da Presidência portuguesa irá centrar-se no reforço das "relações transatlânticas", tal como "a presença na região do Índico-Pacífico".

No seguimento da anterior presidência, a alemã, irão ser concluídos os "trabalhos relativos ao acordo com a China. Queremos, nesta Presidência, colocar noutro posicionamento a relação com a Índia" e, por isso, está também a ser planeada a conferência entre a União Europeia e a Índia.

Estes vão ser "seis meses muito exigentes para Portugal", mas este será um período durante o qual "teremos o prazer e o gosto de trabalhar mais proximamente com a presidente da CE", frisou António Costa.

"Vacinação é a luz ao fundo do túnel"

A presidente da Comissão Europeia começou por destacar, na sua intervenção, que a Presidência portuguesa não poderia ocorrer num período "mais desafiante", uma vez que todo o mundo tenta controlar a pandemia de Covid-19.

Considerando que a "vacinação é a luz ao fundo do túnel", Ursula von der Leyen assegurou que a Comissão Europeia "está a trabalhar dia e noite para garantir que haja doses" das duas vacinas já aprovadas.

Relembrou ainda a responsável que, no início da semana, a AstraZeneca submeteu o pedido de autorização da sua vacina à Agência Europeia do Medicamento. Assim que for aprovada, com esta terceira vacina contra a Covid-19 "teremos mil milhões de doses disponíveis", adiantou.

Uma das prioridades da União Europeia, neste cenário, prende-se com a necessidade de garantir e gerir a entrega das vacinas, frisou a presidente da Comissão Europeia ao relembrar que, esta sexta-feira, a Pfizer anunciou atrasos na entrega das vacinas.

"Liguei imediatamente ao CEO [da Pfizer], que me explicou que há um atraso na produção das próximas semanas, mas garantiu-me que as doses previstas para o primeiro trimestre serão entregues nesse período. Ele vai empenhar-se pessoalmente para garantir que vai haver uma recuperação tão breve quanto possível", vincou.

"Era muito importante transmitir-lhe a mensagem de que precisamos urgentemente das doses garantidas no primeiro trimestre", defendeu.

"Penso que é bom que estejam cientes de que para nós é uma situação muito difícil, uma vez que as primeiras doses foram administradas e, quatro semanas depois, terá de ser administrada a segunda dose das vacinas da Pfizer. Há, portanto, também uma necessidade médica de manter aquilo que acordámos, o planeamento que acordámos, e as entregas", reforçou von der Leyen.

O laboratório norte-americano Pfizer advertiu hoje para uma quebra "a partir da próxima semana" nas entregas das vacinas anti-covid na Europa, com vista a melhorar a sua capacidade de produção, anunciaram hoje as autoridades norueguesas.

"A redução temporária afetará todos os países europeus", indicou o Instituto de Saúde Pública norueguês.

"Não é conhecido, de momento, o tempo que poderá levar até a Pfizer regressar à capacidade máxima de produção, que será aumentada de 1,3 para dois mil milhões de doses" por semana, segundo a mesma fonte.

Reveja aqui a conferência de imprensa:

[Última atualização às 16h14]

Leia Também: AO MINUTO: Mais 1.280 mortes no Reino Unido; Vacinas preocupam UE

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