António Costa recebeu, na manhã desta sexta-feira, o Colégio de Comissários da Comissão Europeia e reiterou as três dimensões que vão nortear a Presidência portuguesa do Conselho da União Europeia. Uma delas, destacou, "é a recuperação económica", tornando-se imperioso "assegurar que todos os instrumentos que foram construídos se tornam efetivos e que a bazuca europeia é mesmo disparada".
"Todos os instrumentos financeiros concebidos têm de ser operacionalizados o mais depressa possível. A bazuca'europeia [verbas do fundo europeu de recuperação] tem mesmo de ser disparada", disse, antes de se referir às restantes duas prioridades da presidência portuguesa: O desenvolvimento do Pilar Social da União Europeia e o "reforço da autonomia estratégico" da Europa no mundo.
Em conferência conjunta com Ursula von der Leyen, no Centro Cultural de Belém, o chefe de Governo português apresentou o segundo pilar da ação de Portugal, que irá assentar na "dimensão social da Europa"
Neste domínio, importa "enfrentar os desafios ligados às alterações climáticas e à transição digital", garantindo que "ninguém é deixado para trás".
Está também a ser planeada a Cimeira Social, onde serão convidados a participar o Parlamento Europeu, o Conselho Europeu, os parceiros sociais e a sociedade civil, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), "para haver apoio ao programa de ação que a Comissão Europeia irá apresentar em março".
Lembrou António Costa que a crise pandémica reforçou "a convicção de que a Europa tem de apostar na economia estratégica. Queremos uma Europa mais aberta ao mundo". Neste domínio, um dos vetores de ação da Presidência portuguesa irá centrar-se no reforço das "relações transatlânticas", tal como "a presença na região do Índico-Pacífico".
No seguimento da anterior presidência, a alemã, irão ser concluídos os "trabalhos relativos ao acordo com a China. Queremos, nesta Presidência, colocar noutro posicionamento a relação com a Índia" e, por isso, está também a ser planeada a conferência entre a União Europeia e a Índia.
Estes vão ser "seis meses muito exigentes para Portugal", mas este será um período durante o qual "teremos o prazer e o gosto de trabalhar mais proximamente com a presidente da CE", frisou António Costa.
"Vacinação é a luz ao fundo do túnel"
A presidente da Comissão Europeia começou por destacar, na sua intervenção, que a Presidência portuguesa não poderia ocorrer num período "mais desafiante", uma vez que todo o mundo tenta controlar a pandemia de Covid-19.
Considerando que a "vacinação é a luz ao fundo do túnel", Ursula von der Leyen assegurou que a Comissão Europeia "está a trabalhar dia e noite para garantir que haja doses" das duas vacinas já aprovadas.
Relembrou ainda a responsável que, no início da semana, a AstraZeneca submeteu o pedido de autorização da sua vacina à Agência Europeia do Medicamento. Assim que for aprovada, com esta terceira vacina contra a Covid-19 "teremos mil milhões de doses disponíveis", adiantou.
Uma das prioridades da União Europeia, neste cenário, prende-se com a necessidade de garantir e gerir a entrega das vacinas, frisou a presidente da Comissão Europeia ao relembrar que, esta sexta-feira, a Pfizer anunciou atrasos na entrega das vacinas.
"Liguei imediatamente ao CEO [da Pfizer], que me explicou que há um atraso na produção das próximas semanas, mas garantiu-me que as doses previstas para o primeiro trimestre serão entregues nesse período. Ele vai empenhar-se pessoalmente para garantir que vai haver uma recuperação tão breve quanto possível", vincou.
"Era muito importante transmitir-lhe a mensagem de que precisamos urgentemente das doses garantidas no primeiro trimestre", defendeu.
"Penso que é bom que estejam cientes de que para nós é uma situação muito difícil, uma vez que as primeiras doses foram administradas e, quatro semanas depois, terá de ser administrada a segunda dose das vacinas da Pfizer. Há, portanto, também uma necessidade médica de manter aquilo que acordámos, o planeamento que acordámos, e as entregas", reforçou von der Leyen.
O laboratório norte-americano Pfizer advertiu hoje para uma quebra "a partir da próxima semana" nas entregas das vacinas anti-covid na Europa, com vista a melhorar a sua capacidade de produção, anunciaram hoje as autoridades norueguesas.
"A redução temporária afetará todos os países europeus", indicou o Instituto de Saúde Pública norueguês.
"Não é conhecido, de momento, o tempo que poderá levar até a Pfizer regressar à capacidade máxima de produção, que será aumentada de 1,3 para dois mil milhões de doses" por semana, segundo a mesma fonte.
Reveja aqui a conferência de imprensa:
Em direto a partir das 14h50 / LIVE from 14h50 WET. #EU2021PT https://t.co/SE1wAmuAoU
— 2021Portugal.eu (@2021PortugalEU) January 15, 2021
[Última atualização às 16h14]
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