O jornal Expresso noticiou hoje que aquela estrutura ainda não está a funcionar "por falta de médicos e enfermeiros".
"Não estamos a funcionar, aparentemente, porque não foi possível contratar recursos humanos, embora vejamos que não foi esse o caso para o hospital de campanha agora aberto no Algarve. Desde junho que a Direção-Geral da Saúde e a ministra sabem que está tudo pronto e que a única limitação são os profissionais, que não podemos contratar", disse ao Expresso o coordenador da Estrutura Hospitalar de Contingência de Lisboa, António Diniz.
Contactado pela agência Lusa, o infecciologista recusou, porém, prestar declarações, remetendo-as para segunda-feira.
Já a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), numa resposta escrita à Lusa, referiu que "não sendo uma unidade de saúde convencional, a Estrutura Hospitalar de Contingência de Lisboa destina-se apenas a doentes covid com sintomatologia ligeira, pelo que deverá ser utilizada para os casos que a isso se adequem e depois de esgotadas outras alternativas".
Sobre a falta de recursos humanos, a Administração Regional de Saúde respondeu apenas que "conjuntamente com os seus parceiros (Centros Hospitalares de Lisboa, Universidade de Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa e o Exército)" está "a desenvolver os esforços necessários para ter aquela estrutura de contingência preparada e em estado de prontidão para ser ativada".
Por seu turno, fonte oficial da Câmara Municipal de Lisboa, presidida por Fernando Medina, afirmou à Lusa que o pavilhão montado na Cidade Universitária conta com cerca de 70 camas e está "pronto para ser ativado quando as autoridades de saúde o requisitarem".
Em caso de necessidade, a estrutura pode ser expandida, referiu ainda a mesma fonte.
O hospital de campanha de Lisboa foi preparado para fazer face à primeira vaga da pandemia de covid-19 e esteve pronto, preventivamente, para acolher doentes infetados pelo novo coronavírus desde março.
Não tendo sido necessário, uma parte da estrutura foi depois retirada, restando um pavilhão.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.994.833 mortos resultantes de mais de 93 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 8.543 pessoas dos 528.469 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.