Exclusão de Portugal de corredores aéreos deve "ser revertida"

Ministro Augusto Santos Silva fez questão de diferenciar o caso angolano do caso britânico, sendo que o Reino Unido determinou a suspensão de voos num curto espaço de tempo, "não dando tempo às pessoas para se adaptarem". 

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Filipa Matias Pereira
15/01/2021 18:21 ‧ 15/01/2021 por Filipa Matias Pereira

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Covid-19

O Reino Unido e Angola fecharam 'portas' aos passageiros portugueses, excluindo Portugal dos corredores aéreos. Esta sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português classificou as decisões desses países de "súbitas, repentinas, inesperadas" e "ilógicas", devendo "ser revertidas o mais rápido possível".

Em declarações à antena da RTP, Augusto Santos Silva adiantou que já teve oportunidade de conversar com o homólogo angolano e ficou acordado o envio de "um documento com toda a informação epidemiológica" por parte de Portugal.

O governante fez ainda questão de diferenciar "o caso angolano do caso britânico", já que Angola divulgou a medida "com a antecedência suficiente para que as pessoas se possam organizar" e "há do lado das autoridades angolanas vontade para permitir voos em quantidade suficiente para que as pessoas que precisem de viajar o possam fazer".

Angola está a "defrontar-se com as novas variantes, tem de adaptar a sua resposta e precisa de suspender os voos durante o tempo necessário para compreenderem melhor a situação", explicou.

Cenário distinto é o do Reino Unido, que anunciou a suspensão dos voos portugueses às "17h de ontem para [a medida] entrar em vigor as 4h de manhã de hoje, não dando tempo às pessoas para se adaptarem".

Na quinta-feira, Santos Silva já tinha classificado a medida como "absurda" e "sem lógica". Hoje, o responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros recorda o argumento, lembrando que a justificação utilizada pelas autoridades britânicas se prende com as "ligações aéreas entre Portugal e o Brasil. Ora, os passageiros brasileiros e de outros países só podem embarcar com teste negativo e só podem realizar viagens essenciais", acrescentou esta sexta-feira.

Os EUA aconselharam também os norte-americanos a não viajarem para Portugal. Perante o tema, Santos Silva contextualiza que, o que vigora atualmente na União Europeia, nomeadamente em relação ao Espaço Schengen", é a tentativa de o "manter aberto o mais que pudermos".

Recorde-se que, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a estirpe brasileira do coronavírus ainda não foi detetada em Portugal.

Já em relação aos voos externos à UE, "há menos de 10 países com os quais existem ligações regulares" e, em todos os restantes cenários, "só são permitidas viagens por motivos essenciais, com teste negativo apresentado na hora do embarque".

Por isso, "em relação aos EUA, não há novidade, todos sabemos o dramatismo da situação que lá se vive, todos sabemos quão dramática é hoje a situação que se vive na Europa e é natural que tomemos, uns e outros, as medidas necessárias para evitar a propagação do vírus".

Sobre a proposta do governo grego para que se adotem passaportes de vacinação, Santos Silva referiu que é positivo que a iniciativa tenha sido "apresentada cedo, o que permite que seja trabalhada técnica e politicamente".

Porém, lembrou, "não podemos dizer que a mobilidade das pessoas depende de ter uma vacina porque, não pertencendo aos grupos prioritários, a pessoa não pode mesmo ser vacinada [para já]".

"O que devemos é raciocinar de outra maneira. Para ir para outros países tenho de fazer um teste. É logico que, se tiver sido vacinado, e essa vacinação tiver uma certificação europeia, eu possa ser dispensado da obrigação de ter um teste negativo".

Leia Também: Suspensão dos voos com Portugal é decisão "absurda" do Reino Unido

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