"Não podem ser os interesse de uma multinacional, que ficou com os aeroportos nacionais aquando da privatização da ANA, a determinar as opções de investimento neste país", afirmou o candidato comunista numa ação para debater o futuro da Península de Setúbal, na Baixa da Banheira.
Para João Ferreira, a Vinci, concessionária francesa que agora gere os aeroportos portugueses, "não pode ser desresponsabilizada da construção de um novo aeroporto, propondo-se, em vez disso, a construção do tal apeadeiro, o terminal aeroportuário no Montijo" complementar ao aeroporto da Portela.
"Esta não é a opção de futuro que o país precisa, seja pelo horizonte de saturação desta solução, seja pela forte penalização que implica para as populações" de ambas as margens do rio Tejo, referiu o eurodeputado.
De acordo com o candidato comunista, a construção do aeroporto no Montijo "não é sequer a opção mais barata", nem a mais segura, "bem pelo contrário" e prosseguiu: "É por tudo isto urgente travar este erro ambiental, económico, social e político".
João Ferreira disse ainda que parecia que a solução para a de construção do novo aeroporto de Lisboa parecia ter sido "finalmente" encontrada em 2007, quando se previa que o novo aeroporto fosse "construído por fases em terrenos públicos no campo de tiro de Alcochete".
O candidato encerra as ações de campanha de hoje com um encontro com trabalhadores da recolha de resíduos em Palmela, no distrito de Setúbal.
As eleições presidenciais realizam-se em plena epidemia de covid-19 em Portugal em 24 de janeiro, a 10.ª vez que os cidadãos portugueses escolhem o chefe de Estado em democracia, desde 1976. A campanha eleitoral começou no dia 10 e termina em 22 de janeiro.
Há sete candidatos: o incumbente Marcelo Rebelo de Sousa (apoiado oficialmente por PSD e CDS-PP), a diplomata e ex-eurodeputada do PS Ana Gomes (PAN e Livre), o deputado único do Chega, André Ventura, o eurodeputado e dirigente comunista, João Ferreira (PCP e "Os Verdes"), a eurodeputada e dirigente do BE, Marisa Matias, o fundador da Iniciativa Liberal Tiago Mayan e o calceteiro e ex-autarca socialista Vitorino Silva (presidente do RIR - Reagir, Incluir, Reciclar).