Governo admite problemas para formar mesas de voto em 15 concelhos
O Governo admitiu hoje, a dois dias das presidenciais, que ainda há dificuldades a formar mesas de voto em 15 concelhos, efeito da pandemia de covid-19, mas garantiu que todas irão funcionar no domingo.
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País Presidenciais
Em declarações à TSF, o secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, Antero Luís, confirmou as dificuldades na formação das mesas de voto em 15 municípios, que não identificou, seja devido a testes positivos ou seja devido ao confinamento profilático.
O Ministério da Administração Interna está a trabalhar para tentar resolver o problema, recorrendo à "bolsa de eleitores", e Antero Luís afirmou que no domingo "não haverá mesas de voto que não abram por falta" de pessoas.
"Em último recurso haverá uma solução. Quero assegurar que as mesas estarão abertas [no domingo] e terão responsáveis", afirmou ainda.
Na terça-feira, a Lusa noticiou que várias câmaras, como a de Lisboa, tiveram dificuldades em formar as mesas de voto para as presidenciais de domingo, devido ao receio da pandemia de covid-19.
Responsáveis de partidos que geralmente acompanham esta operação disseram à Lusa que uma das dificuldades se prende com o receio da pandemia de covid-19, pelo potencial risco de exposição durante horas - das 07:00 até cerca das 20:00 ou 21:00, quando é encerrado o processo de contagem de votos, conforme a dimensão das mesas.
Esse fator levou à desistência de pessoas que já tinham sido indicadas, seja por pertencerem a grupos de risco de covid-19 seja por terem mais de 65 anos, acrescentaram.
Nos últimos dois dias, várias câmaras municipais, de norte a sul, anunciaram que iriam fazer testes covid-19 aos membros das mesas.
Só em Mafra, segundo disse hoje à TSF o presidente da câmara, Helder Silva, houve pedidos de "mais de 100 pessoas" para não estarem nas mesas, seja por terem testado positivo ao novo coronavírus ou por estarem em confinamento profilático ou ainda por receio da covid-19.
O problema com a falta de pessoas, que já existiu noutras eleições no passado, foi agravado nas presidenciais de domingo pelo facto de terem sido desdobradas as mesas de voto devido à situação de epidemia que o país vive, sendo, por isso, necessário mais membros.
A multiplicação do número de mesas de voto é uma forma de evitar e controlar grandes concentrações de pessoas e, assim, tentar reduzir o risco de contágio.
O secretário de Estado afirmou que estão garantidas as condições para votar em segurança no domingo, tendo sido "tomadas todas as medidas ao nível da segurança que se impunham, com a distribuição das 120 toneladas de material para serem colocadas e utilizadas durante as eleições".
E ao contrário do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que, logo no domingo, elogiou a forma como decorreu o voto antecipado, Antero Luís admitiu que "houve situações menos positivas, com algumas filas" em locais de "maior concentração de pessoas".
Para o próximo domingo, dia de eleições, o secretário de Estado afirmou que é "uma realidade completamente diferente", dado que não haverá tanta concentração de assembleias de voto, estimando-se em perto de 13 mil as mesas de voto, contra as 675 de domingo.
"Penso que não haverá qualquer problema de afluência, como aconteceu com o voto antecipado em mobilidade", afirmou.
Nas presidenciais de domingo, haverá perto de 13 mil mesas de voto onde estarão, nos cálculos da administração eleitoral, cerca de 65 mil pessoas.
As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para domingo e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
A campanha eleitoral termina hoje. Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).
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