"A nomeação da ex-diretora do SEF Cristina Gatões para assessorar o serviço do qual acabou de se demitir é um exemplo do clima de impunidade e desresponsabilização para o qual a IL tem vindo a alertar. A mesma responsável que demorou nove meses a assumir as suas responsabilidades no contexto de um crime hediondo é recompensada com uma nomeação para funções relevantes como se de um prémio se tratasse", lê-se em comunicado.
Segundo o líder e deputado único da IL, João Cotrim Figueiredo, "quando o Estado falha não se assacam responsabilidades".
"Quando responsabilidades são apuradas, ninguém é punido e alguns são recompensados. A origem dos motivos pelos quais o Estado falha com crescente e preocupante regularidade está aqui. Não são os melhores que ocupam os cargos de maior responsabilidade, são os amigos do partido que se protegem mutuamente", insistiu.
Segundo o Diário de Notícias, o sucessor de Cristina Gatões, o ex-comandante-geral da GNR tenente-general Botelho Miguel nomeou, em 28 de janeiro, a sua antecessora para um grupo de trabalho que vai fazer a remodelação dos 'vistos gold'.
A antiga responsável máxima do SEF demitira-se em dezembro na sequência da polémica com o homicídio do ucraniano Ihor Homeniuk no aeroporto de Lisboa em março de 2020.
Num despacho interno de 28 de janeiro, a que o DN teve acesso, o ex-comandante-geral da GNR -- que o ministro da Administração Interna escolheu para liderar a reestruturação do SEF -- nomeia Cristina Gatões para integrar um grupo de trabalho que "vai analisar soluções que assegurem maior eficácia e eficiência no âmbito da permanência em Portugal dos titulares de residência para atividade de investimento", escreve o jornal.
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