Países lusófonos com acesso a quase 14 milhões de vacinas da Covax

Sete países lusófonos vão receber cerca de 14 milhões de vacinas covid-19 da iniciativa Covax, de acordo com mapa indicativo de distribuição divulgado hoje e que estima ter as primeiras doses no terreno em finais de fevereiro.

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Lusa
03/02/2021 16:01 ‧ 03/02/2021 por Lusa

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Covid-19

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste irão receber na primeira fase de distribuição um número global de 13.813.050 doses de vacinas contra a covid-19 de acordo com o mapa indicativo de divulgado hoje pela Aliança Global para as Vacinas (Gavi) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A maior parte vai para o Brasil, que irá receber 10.672.800 vacinas da AstraZeneca/Oxford, sendo, globalmente, o quinto país que mais doses receberá, a seguir à Índia, Nigéria, Paquistão e Indonésia.

Nesta primeira fase, a maioria dos países que aderiram à Covax irão receber sobretudo vacinas da AstraZeneca/Oxford, sendo que entre os lusófonos apenas Cabo Verde receberá também doses da vacina Pfizer/Biontech.

Angola e Moçambique receberão, respetivamente, 2.544.000 e 2.424.000 doses da vacina da AstraZeneca/Oxford, sendo que as vacinas de Angola serão provenientes do Instituto Sérum da Índia tal como as 100.800 doses atribuídas a Timor-Leste.

A Guiné-Bissau receberá 144.000 doses, Cabo Verde 108.000 e São Tomé e Príncipe 96.000 doses da vacina da AstraZeneca/Oxford.

Além destas, Cabo Verde receberá 5.850 doses da Pfizer/Biontech, sendo juntamente com a África do Sul e o Ruanda dos primeiros países africanos a receber esta vacina, que exige condições de ultra refrigeração para o transporte e armazenamento.

A Covax, iniciativa criada para fornecer vacinas contra a covid-19, particularmente a países de médio e baixo rendimento, estima ter as primeiras vacinas a chegar aos países em finais de fevereiro, início de março.

As vacinas serão distribuídas "proporcionalmente à população", disse Ann Lindstrand, especialista em imunização da OMS, em conferencia de imprensa.

Nesta fase, serão distribuídas 337 milhões de vacinas a 145 países que integram a lista da Covax.

Praticamente todas essas doses são da vacina desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, com 96 milhões a serem produzidos diretamente por esta farmacêutica e 240 milhões pelo Instituto Sérum da Índia.

Da vacina Pfizer/BioNTech, serão distribuídas nesta fase inicial 1,2 milhões de doses, disse o diretor da Gavi, Seth Berkley.

"Volumes adicionais de doses de vacina Pfizer-BioNTech estarão disponíveis no segundo trimestre e depois, em conformidade com o acordo de compra antecipada assinado entre a Gavi e a Pfizer-BioNTech para um máximo de 40 milhões de doses", referiram os responsáveis.

"As doses totais cobrem uma média de 3,3% da população dos 145 participantes", em conformidade com o objetivo de 3% de cobertura nos primeiros seis meses de 2021, "o que é suficiente para proteger os grupos mais vulneráveis, tais como os trabalhadores do setor da saúde", sublinharam.

No entanto, advertiram, estas previsões são indicativas, podem ser alteradas e dependem de vários fatores, tais como o estado de preparação dos países para as receber e iniciar os programas de vacinação.

Além disso, para a distribuição, é ainda necessário que a OMS certifique as vacinas.

Até ao momento, a organização apenas validou a vacina BioNTech/Pfizer, que já foi autorizada pelas autoridades nacionais de vários países.

No entanto, ainda não deu luz verde à vacina da AstraZeneca/Oxford.

Ainda assim, Ann Lindstrand sublinhou importância de poder avançar com a vacinação nos países em desenvolvimento.

"É fantástico. Podemos começar a vacinar. Vai começar nas próximas semanas", disse.

Liderada pela OMS e pela Gavi, a Covax pretende fornecer doses a 20% da população dos países até ao final de 2021.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.253.813 mortos resultantes de mais de 103,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Leia Também: Nenhum país lusófono classificado como "democracia plena" em 2020

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