Francisco George demarca Cruz Vermelha da demissão de coordenador
O presidente da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), Francisco George, assegurou hoje que a instituição não está ligada à gestão do hospital, cuja comissão executiva é presidida por Francisco Ramos, que se demitiu da 'taskforce' de vacinação contra a covid-19.
© Lusa
País Francisco George
O antigo diretor-geral da Saúde lembrou que "no dia 14 de dezembro de 2020, a CVP vendeu 55% das ações que detinha na gestão do hospital à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML)" e que desde então não teve mais contactos com a comissão executiva do Hospital da Cruz Vermelha (HCV), garantindo que a organização "é só proprietária do edifício" e que esta decisão "não condiciona em absolutamente nada" a CVP.
"A atual administração entrou em funções sem a CVP, que deixou de ter qualquer participação na sociedade de gestão. A maioria do capital social da sociedade gestora é detida pela SCML. Assim, o presidente do conselho de administração - que era até 14 de dezembro o presidente da CVP - passou a ser o provedor da SCML, que nomeou como presidente da comissão executiva o doutor Francisco Ramos", sublinhou Francisco George em declarações à agência Lusa.
Questionado sobre se ficou surpreendido com a denúncia feita por Francisco Ramos de irregularidades no processo de seleção para vacinação de profissionais de saúde do HCV contra a Covid-19, Francisco George recusou fazer comentários, mas saiu em defesa do ex-coordenador da 'taskforce', de quem disse ser "amigo pessoal há muitos anos".
"Não falei com ele sobre este assunto. Francisco Ramos é uma pessoa de grande integridade, com quem trabalhei sempre e por quem tenho uma estima que considero que é recíproca. E é um dos políticos portugueses que está com inteira integridade nos atos de gestão que pratica", referiu, acrescentando: "Se o programa de vacinação não foi regular no seu hospital -- como ele diz -, compreendo que a solução teria de ser essa".
No mesmo sentido destas declarações de Francisco George, um comunicado publicado entretanto pela CVP esclarece, "a propósito das notícias recentemente difundidas sobre alegadas irregularidades verificadas no processo de vacinação do pessoal do Hospital da Cruz Vermelha", que a CVP "não tem qualquer responsabilidade nos assuntos de Gestão do Hospital da Cruz Vermelha".
Além disso, lembra, "o atual Conselho de Administração foi eleito pela Assembleia Geral da Sociedade depois de ter ocorrido a transferência das ações para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, no passado dia 14 de Dezembro, num processo exemplarmente transparente e divulgado".
Francisco Ramos demite-se após irregularidades na vacinação no Hospital da CVP
O coordenador da 'task force' para o Plano de Vacinação contra a covid-19 em Portugal, Francisco Ramos, demitiu-se do cargo, anunciou esta quarta-feira o Ministério da Saúde.
Em comunicado, o Ministério esclarece que a demissão de Francisco Ramos decorre de "irregularidades detetadas pelo próprio no processo de seleção de profissionais de saúde no Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa, do qual é presidente da comissão executiva".
Numa declaração enviada às redações, Francisco Ramos acrescentou que as irregularidades diziam respeito ao processo de seleção para vacinação de profissionais de saúde daquele hospital.
O Ministério da Saúde indicou que o funcionamento da `task force´ "mantém-se assegurado pelos restantes membros do núcleo de coordenação", composto por elementos do Ministério da Defesa Nacional, Ministério da Administração Interna, Direção-Geral da Saúde e Autoridade Nacional do Medicamento.
A demissão ocorre numa altura em que são públicas diversas situações de vacinação indevida de várias pessoas em várias regiões do país e no dia em que arranca a vacinação em centros de saúde de idosos com 80 ou mais anos e de pessoas com mais de 50 anos com doenças associadas, numa fase que abrange cerca de 900 mil portugueses.
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