O primeiro pavilhão, que começou a acolher doentes em 23 de janeiro e que dispõe de 58 camas, vai manter-se operacional, registando hoje 35 doentes internados, revelou António Diniz, coordenador da Estrutura Hospitalar de Contingência de Lisboa, reforçando que, com o segundo pavilhão, que está já a ser preparado, a capacidade vai ser superior a 200 camas.
Em declarações à agência Lusa, António Diniz adiantou que, até ao momento, todos os doentes internados no hospital de campanha vêm de hospitais da região de Lisboa, que se estende desde a Península de Setúbal até Santarém, Médio Tejo e Oeste.
O responsável assegurou que não há qualquer restrição em colaborar com outras regiões, explicando que o que acontece é que "a maior pressão tem estado sempre sobre os hospitais da região de Lisboa".
No âmbito da preparação do segundo pavilhão, António Diniz renovou o apelo às empresas que possam patrocinar equipamento médico e outro tipo de apoio, "como participaram e continuam a participar no pavilhão que está aberto".
"Uma parte substancial desse pavilhão foi equipada, equipamento médico, com doações, com empréstimos, com cedências", indicou o responsável pela Estrutura Hospitalar de Contingência de Lisboa, destacando a colaboração de empresas do setor privado de vários ramos, desde o setor alimentar até à indústria farmacêutica, passando por instituições bancárias.
Sobre a necessidade de voluntários para o hospital de campanha, o coordenador afirmou que "todas as boas vontades e todas as pessoas que desejem ajudar são bem-vindas, porque há muito tipo de trabalho que se pode fazer numa estrutura com estas características".
"Os recursos humanos são, na verdade, escassos em todo o sítio", admitiu o pneumologista António Diniz, acrescentando que o apoio de voluntários é para "um trabalho menos diferenciado", mas há recetividade para receber também pessoal de enfermagem e médicos que queiram ajudar.
"Há muita coisa para fazer, sobretudo numa estrutura que tem 150 camas como é o pavilhão que está nesta altura em estruturação", frisou o responsável da Estrutura Hospitalar de Contingência de Lisboa.
Hoje, a Universidade de Lisboa informou que a Estrutura Hospitalar de Contingência de Lisboa, a funcionar no Estádio Universitário da Universidade de Lisboa, "precisa de voluntários para apoiar os profissionais de saúde em tarefas de alimentação, higiene e outros cuidados dos doentes, bem como tarefas de apoio administrativo".
António Diniz confirmou que a Universidade de Lisboa está a colaborar na procura de voluntários, adiantando que o critério de pessoas que já tenham sido infetadas com covid-19, com probabilidade de possuírem imunidade à infeção, é uma "medida adicional de segurança", mas não um fator de exclusão.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.253.813 mortos resultantes de mais de 103,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 13.257 pessoas dos 740.944 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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