Entre 1 de fevereiro e hoje foram registados 47.403 novos casos de infeção e de 25 a 31 de janeiro o valor foi de 84.326 o que equivale a uma redução na ordem dos 56,2 por cento.
No domingo, o virologista Pedro Simas disse em declarações à agência Lusa que Portugal está a ter uma redução abrupta no número de novos contágios resultante do confinamento, considerando que o encerramento das escolas ocorrido há duas semanas foi determinante para este resultado.
"Isto era perfeitamente previsível e dependia do bom comportamento e adesão ao confinamento total e o que eu vejo é que houve uma adesão fantástica e o resultado está à vista porque a biologia é factual. Se não houver contactos e as pessoas aderirem às regras os vírus não se conseguem transmitir. Está nas nossas mãos. É por isso que a curva de decréscimo é tão abrupta", frisou o virologista do Instituto Molecular da Universidade de Lisboa.
"O encerramento das escolas foi determinante porque é uma mensagem clara para a sociedade portuguesa. Quando se fecha as escolas é porque o assunto é sério ", disse, adiantando que ter as escolas abertas implicava muito movimento dos adultos.
Além da redução de novos casos, os números divulgados diariamente pela Direção-Geral de Saúde dão ainda conta que nos últimos oito dias Portugal registou uma descida acima dos 20% do número de casos ativos.
A 01 de fevereiro Portugal tinham 179.180 casos ativos. Uma semana depois esse valor passou para os 140.644 casos, com uma redução diária consistente.
Na última semana de janeiro o número de casos ativos subia diariamente atingindo os 181.623 a 31 de janeiro.
Os dados revelam também um decréscimo no número de contactos em vigilância. Numa semana o país tem menos 39.448 contactos em vigilância passando de 220.353 para 180.905
Em uma semana há também o registo da recuperação de um total de 78.537 doentes.
Relativamente ao número de pessoas que morreram, os boletins diários da DGS dão conta que na primeira semana de fevereiro Portugal registou 1.597 óbitos, 50,4 por cento dos quais na região de Lisboa e Vale do Tejo.
Na última semana de janeiro morreram em Portugal 2.013 pessoas com covid-19. No primeiro mês do ano morreram 5.569 pessoas com a doença o que coloca janeiro como o pior de sempre desde o início de uma pandemia em março de 2020.
Portugal registou hoje 196 mortes relacionadas com a covid-19 e 2.505 casos de infeção com o novo coronavirus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Desde o dia 28 de dezembro que Portugal não registava um número de novos casos tão baixo, quando o país teve 2.093 novas infeções diárias, também uma segunda-feira, dia em que habitualmente os valores são mais reduzidos.
O número de óbitos hoje é igualmente o mais baixo desde 18 de janeiro, dia em que se registaram 167 mortes.
Desde março de 2020, Portugal já registou 14.354 mortes associadas à covid-19 e 767.919 casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.140.687 mortos resultantes de mais de 99,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.