"Lamento muito que quem tem responsabilidades políticas, em vez de valorizar o extraordinário trabalho que os açorianos todos têm feito, permitindo que os Açores sejam um exemplo para todo o país, em termos de pandemia, com resultados excelentes, ao contrário do que acontece no resto do país, se ocupe permanentemente no mal dizer, no ataque e no desfazer do trabalho que está a ser feito", afirmou, em declarações aos jornalistas.
Clélio Meneses reagia um comunicado do grupo parlamentar do PS/Açores, que o acusou de tentar "fugir às responsabilidades" no âmbito do processo de vacinação contra a covid-19 no arquipélago.
"Antes de ser uma questão de comportamentos individuais de alegados transgressores, essas irregularidades resultam de falhas graves de orientação, supervisão e controlo da Secretaria Regional da Saúde no processo de vacinação", avançaram os socialistas.
Na sequência de notícias que davam conta de alegadas irregularidades na vacinação contra a covid-19 nos Açores, o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) determinou na segunda-feira a realização de uma ação inspetiva por parte da Inspeção Regional da Saúde.
Entre as pessoas suspeitas de terem sido inoculadas indevidamente estava a então vice-provedora da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo, que foi nomeada diretora regional para a Promoção da Igualdade e Inclusão Social, no dia 01 de fevereiro, tendo-se demitido na passada terça-feira.
O grupo parlamentar do PS apontou "falhas" ao executivo açoriano, alegando que o que está escrito no plano regional de vacinação permite "interpretações contraditórias" e que só posteriormente foram enviadas orientações às instituições particulares de solidariedade social.
Os socialistas alegaram, por outro lado, que a tutela tem conhecimento antecipado das listas nominativas de todas as pessoas que vão receber as vacinas e que não está definido qualquer mecanismo de supervisão para verificar as listagens de vacinação.
Confrontado com as acusações, Clélio Meneses reiterou que o plano regional de vacinação, assinado em 30 de dezembro de 2020, "tinha orientações claras relativamente às várias fases e aos açorianos que seriam vacinados nessas fases".
"O trabalho, em termos de vacinação, são os milhares e milhares de açorianos que já estão vacinados de uma forma exemplar. Se existe uma outra situação, obviamente que foi determinada a abertura de um inquérito e a abertura do inquérito terá as conclusões que terá e vamos aguardar serenamente", apontou.
O governante disse que o PS "não faz outra coisa que não seja atacar a Saúde".
"Lamento que no momento em que todos são importantes, úteis e necessários, que se continue a fazer esse ataque à Saúde de uma forma que me parece irresponsável", frisou.
Os Açores contam atualmente com 139 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, sendo 119 em São Miguel, 15 na Terceira, dois no Faial e três em São Jorge.
Desde o início da pandemia, foram detetados na região 3.750 casos de infeção, tendo ocorrido 29 óbitos e 3.479 recuperações.
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