Apoio do Luxemburgo pode ser "semente" para "Europa mais forte"
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde considerou hoje que o apoio de profissionais de saúde do Luxemburgo ao hospital de Évora pode ser "uma semente" para a construção de "uma Europa mais forte e solidária".
© Lusa
País Covid-19
"Esta pode ser uma semente muito grande para que se possa construir uma relação bilateral cada mais forte entre Portugal e o Luxemburgo e uma Europa mais forte e solidária", afirmou António Lacerda Sales.
O secretário de Estado discursava na cerimónia de receção da primeira de duas equipas de profissionais de saúde do Luxemburgo que vão trabalhar na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE).
Esta primeira equipa, que se encontra na cidade alentejana desde domingo, é constituída pela enfermeira lusodescendente Filomena Silva Costa, 45 anos, e pela médica anestesista Modesta Dargeviciute, 34 anos.
Lacerda Sales agradeceu ao Governo luxemburguês a disponibilização de profissionais de saúde para o combate à covid-19, sublinhando que o apoio chega num momento "tão difícil da pandemia em todo o mundo, mas em particularmente em Portugal".
A integração dos profissionais de saúde do Luxemburgo e o trabalho conjunto com os portugueses é "um exemplo paradigmático daquilo que deve ser uma Europa solidária e a construção de uma Europa de grande solidariedade", realçou.
Ajuda internacional vai "aliviar o cansaço e a sobrecarga" dos profissionais de saúde
Segundo o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, a ajuda internacional vai "aliviar o cansaço e a sobrecarga" dos profissionais de saúde portugueses, que têm trabalhado "durante 365 dias por ano e ao longo de 24 horas por dia".
Questionado pelos jornalistas, Lacerda Sales explicou que a necessidade de mais ajuda internacional está "dependente da evolução epidemiológica", adiantando que "para já, não estão previstas outras colaborações".
"Não quer dizer também, de acordo com esta evolução epidemiológica, que não possa vir a acontecer", tal como "estaremos cá também nós para colaborar" com outros países que necessitem de apoio no combate à pandemia, acrescentou.
O embaixador do Luxemburgo em Lisboa, Conrad Bruch, também referiu que o apoio da equipa luxemburguesa ao HESE constitui "um símbolo forte para uma Europa viva e solidária" e representa "um ato de solidariedade para com um país amigo".
De acordo com o diplomata, uma segunda equipa de profissionais de saúde do Luxemburgo vai chegar a Évora no próximo domingo.
A enfermeira Filomena Silva Costa leciona na Escola Técnica para Profissionais de Saúde do Luxemburgo, enquanto a médica Modesta Dargeviciute trabalha no maior hospital da cidade alemã de Trier e no serviço de Salvamento Aéreo do Luxemburgo.
Filomena Silva Costa contou que "há uma ou duas semanas" viu pela televisão "a situação dramática em que se encontrava Portugal".
"Senti-me muito frustrada e quando recebi uma mensagem da reserva sanitária, onde estou inscrita desde março de 2020, fiquei muito feliz e telefonei logo à minha mãe a perguntar se ela estava de acordo que eu me ausentasse durante 15 dias e se tomava conta do meu filho e ela concordou", relatou.
A enfermeira lusodescendente assinalou que ela e a médica estão "orgulhosas e felizes por poder ajudar" e garantiu que a integração no hospital de Évora está a "correr às mil maravilhas".
Já a presidente do conselho de administração do HESE, Maria Filomena Mendes, disse que existe agora "menor pressão" na unidade hospitalar, em relação ao mês de janeiro, mas frisou que a ajuda "vem sempre a tempo".
O hospital de Évora tinha hoje 22 doentes com covid-19 em enfermaria e 11 na UCI, adiantou, lembrando que a unidades hospitalar chegou a ter, em janeiro, "quase 120 doentes" internados com o novo coronavírus.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.408.243 mortos no mundo, resultantes de mais de 109 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 15.522 pessoas dos 788.561 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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