A ministra da Presidência afirmou, esta quinta-feira, que os números de hoje relativos à situação epidemiológica "mostram, como até aqui têm mostrado, o sucesso das medidas de confinamento que existem", vincado, porém, que o número de casos de infeção não é o único fator a ter em conta para tomar decisões no sentido de aliviar as restrições em vigor.
"Temos reduzido de forma muito significativa o número de novos infetados, contudo, temos sempre chamado a atenção que esse não é o único indicador para o qual devemos olhar. Também é preciso acautelar a capacidade de resposta do SNS, nomeadamente em número de internamentos e em particular em intensivos e também o número de óbitos", lembrou. E quanto a estas duas variáveis, "ainda que existam reduções, ainda estamos muito longe de números possam permitir começar a avançar para a concretização de um desconfinamento em breve", frisou.
Mariana Vieira da Silva disse que "o trabalho vai sendo feito" e recordou o desafio lançado pelo primeiro-ministro aos peritos aquando da última reunião no Infarmed, para que tentassem alcançar um consenso sobre as condições necessárias para futuros desconfinamentos.
No entanto, acrescentou que "temos de cuidar das expetativas". O número de pessoas internadas em cuidados intensivos (680) "continua a ser o número mais elevado" e "não é compatível com o estarmos a criar uma expectativa de um desconfinamento para breve".
"Mantemos o que o primeiro-ministro disse há uma semana de que ainda não estamos no momento de nos concentrarmos no desconfinamento" (, Mariana Vieira da Silva)
Este é, sim, "o momento de voltarmos a apelar a todos que é preciso considerar que estamos com números muito elevados de internamentos e, sendo animador o caminho que estamos a fazer, é ainda muito cedo para pensar que está perto do fim", reforçou a mensagem.
Portugal registou, nas últimas 24 horas, mais 105 mortes (um aumento de 0,67%) e 1.944 novos casos (uma variação de 0,25%) do novo coronavírus. No total, desde o início da pandemia, foram contabilizados 15.754 óbitos e 792.829 infeções confirmadas.
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