A task force que coordena a vacinação contra a Covid-19 em Portugal esclarece esta sexta-feira, em comunicado enviado às redações, que "não existe qualquer alteração ao estabelecido no plano em vigor".
O esclarecimento surge depois de o semanário Expresso ter noticiado que a vacinação das forças de segurança e bombeiros vai deixar de liderar as prioridades devido à escassez de vacinas, sendo reforçada a administração a pessoas com 80 ou mais anos e entre os 50 e os 79 anos com doenças crónicas.
Facto que desagradou, desde logo, aos sindicatos da GNR e da PSP. O Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) admitiu mesmo apresentar uma providência cautelar para suspender a decisão.
No comunicado, o coordenador da task force clarifica que o plano de vacinação define, dentro da presente fase (a primeira), dois grupos prioritários em função de dois propósitos.
O primeiro, salvar vidas. E nele estão incluídos "cidadãos mais vulneráveis em contexto de pandemia, com idade superior a 50 anos e morbilidades associadas e com idade superior a 80 anos".
O segundo: "Conferir resiliência à resposta do Estado, começando pelo setor da saúde e progressivamente alargando a outros setores críticos e essenciais (nomeadamente Forças Armadas, Forças de Segurança e Bombeiros)".
Assim, e tendo em conta as atuais limitações conhecidas na disponibilidade global de vacinas, "a administração das mesmas a estes dois grupos tem sido efetuada à razão de 90% das vacinas disponíveis para cidadãos do primeiro grupo ("salvar vidas") e 10% para o segundo grupo ('resiliência do Estado em período de pandemia')", argumenta a task force.
A vacinação contra a Covid-19 iniciou-se a 27 de dezembro. Até ao momento, de acordo com os dados disponibilizados pelo Governo, foram administradas mais de 618 mil vacinas. Quase 230 mil já estão imunizados.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.441.926 mortos no mundo, resultantes de mais de 110,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 15.821 pessoas dos 794.769 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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