A Polícia Judiciária de Leiria deteve, esta sexta-feira, a proprietária do lar de acolhimento para idosos ilegal, de Torres Novas, onde duas idosas, de 92 e 90 anos, foram encontradas mortas.
A suspeita, de 41 anos, está acusada de prática de dois crimes de maus tratos agravados pelo resultado (morte), um crime de profanação de cadáver e dois crimes de maus tratos.
De acordo com a autoridade, a suspeita arrendou uma casa onde acolheu quatro idosas e, para cuidar delas, cobrava uma mensalidade fixa.
A Polícia defende, em nota enviada às redações, que as duas idosas morreram na sequência de "maus tratos infligidos". O cadáver de uma delas foi inclusive ocultado "por tempo ainda indeterminado, sem que a arguida comunicasse a morte ocorrida às autoridades competentes ou a familiares".
A detida irá ser presente às autoridades judiciárias para a aplicação das medidas de coação.
Já ontem, o coordenador do Departamento de Investigação Criminal da PJ de Leiria, Fernando Jordão, adiantou à Lusa que, desde quarta-feira, estavam a ser realizadas diligências e a ser ouvidas pessoas para se apurar se a morte das duas idosas decorreu de alguma conduta criminosa.
O responsável sublinhou a sua surpresa com a existência desta habitação, num prédio de apartamentos, situado junto a um bairro da vila de Riachos, sem as condições mínimas para funcionar como casa de acolhimento.
O alerta para o 112 terá sido dado por um familiar que quis retirar uma das idosas da casa de acolhimento ilegal, encontrando resistência por parte da proprietária, o que acabou por espoletar a situação, disse à Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Riachos.
José Júlio afirmou que a casa se situa num prédio já um pouco afastado do Bairro Sópovo e que estaria em funcionamento, de forma clandestina, sem que os vizinhos se apercebessem, há cerca de três meses.
Leia Também: PJ está a investigar a morte de duas idosas em lar ilegal em Torres Novas