Sistema de Saúde dos Açores necessita de cerca de 50 enfermeiros

O responsável nos Açores da Ordem dos Enfermeiros apontou hoje que são necessários cerca de 50 enfermeiros para fazer face às necessidades do Serviço Regional de Saúde, de onde saíram para o setor privado cerca de 40 profissionais.

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Lusa
09/03/2021 17:45 ‧ 09/03/2021 por Lusa

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Ordem dos Enfermeiros

O dirigente da Secção Regional da Região Autónoma dos Açores da Ordem dos Enfermeiros, Pedro Soares, que foi hoje recebido pelo presidente do Governo dos Açores, declarou que o levantamento das necessidades ainda não foi concluído, faltando os dados das ilhas Terceira e São Miguel.

Contudo, disse, pelos cálculos já existentes serão necessários 50 enfermeiros, "que seria o ideal em termos de dotações seguras".

Pedro Soares referiu que estes números "misturam-se muito ainda com alguns contratos precários que existem" e com os estágios, pelo que, só no final, "quando se reorganizar toda a panóplia", será possível chegar "a um número mais certo".

O responsável adiantou ainda que o primeiro hospital privado dos Açores, inaugurado na segunda-feira, em Lagoa, recebeu cerca de 40 enfermeiros do Serviço Regional de Saúde, vários com contratos de trabalho precários.

Ainda de acordo com Pedro Soares, a partir de agosto, 90 novos enfermeiros irão surgir no mercado e são uma "boa aposta para colmatar a saída de profissionais" para o novo hospital.

O presidente da Ordem nos Açores afirmou também que, no âmbito do combate à pandemia de covid-19, sentiu "desde o primeiro minuto, com o governo de coligação de direita dos Açores [PSD/CDS-PP/PPM], que houve vontade em perceber a posição da Ordem dos Enfermeiros".

"Nestes primeiros meses de Governo Regional já houve várias reuniões com o secretário regional da Saúde e com o diretor regional da Saúde e hoje foi o presidente do Governo dos Açores para cimentar este trabalho conjunto, que tem que ser feito, independentemente de qual equipa está na tutela", frisou.

Relativamente à pandemia de covid-19, o responsável dos Açores pela Ordem dos Enfermeiros considerou que o Governo Regional "apanhou um barco em andamento numa segunda fase pandémica que também não é fácil".

Porém, acrescentou, "o trabalho em conjunto com as várias forças a nível da saúde foi a grande mais valia em termos de combate pandémico" e, neste momento, "vê-se os frutos no terreno".

Sobre o processo de vacinação contra a covid-19, Pedro Soares adiantou que os enfermeiros dos Açores "estão satisfeitos com o plano de vacinação, estando praticamente todos vacinados ou nos registos para serem".

Contudo, continuou, a Ordem está preocupada com os alunos de enfermagem que "não têm ainda a certeza que vão ser vacinados" e estão a estagiar nas unidades de saúde.

O dirigente da Secção Regional dos Açores da Ordem dos Enfermeiros defendeu ainda uma "contratação equilibrada dos enfermeiros nos Açores", apoios à fixação de profissionais nas ilhas mais pequenas do arquipélago, a criação do enfermeiro de família, além da "correta equiparação dos contratos individuais de trabalho nos Açores e posicionamento nas carreiras".

No final do encontro com o responsável da Ordem dos Enfermeiros nos Açores, o presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, disse que todos os alertas deixados são justos e "de levar em consideração no Plano e Orçamento de 2021 e orientações de médio prazo", face ao reforço do investimento previsto na área da saúde.

José Manuel Bolieiro disse ainda que o executivo irá atender às pretensões transmitidas, "progressivamente, em constante diálogo com a Ordem".

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