O Infarmed esclarece, esta quinta-feira, que não há evidência suficiente para o uso de ivermectina na COVID-19. Este é um fármaco usado no tratamento da escabiose (sarna) e da pediculose (piolhos).
Na nota partilhada no portal da Autoridade do Medicamento, pode ler-se que estes fármacos "contendo ivermectina atuam como antiparasitários no tratamento da filariose, estrongiloidose e escabiose, profilaxia da recidiva da estrongiloidíase e na escabiose persistente ou escabiose (sarna) ".
Apesar de estarem a ser publicados estudos que analisam o recurso a este medicamento na prevenção e no tratamento da doença provocada pelo SARS-CoV-2, o Infarmed entende que, "à data, dadas as limitações metodológicas nos ensaios em que a ivermectina foi utilizada, e as dúvidas quanto à dose adequada e sua segurança no âmbito da infeção causada pelo SARS-CoV-2, não existem evidências que apoiem a utilização deste medicamento na profilaxia e tratamento da COVID-19".
Contudo, o uso de ivermectina, refere ainda a Autoridade do Medicamento, "continua a ser estudado em ensaios clínicos e os seus resultados serão acompanhados".
Na semana passada, o jornal Expresso noticiou que médicos portugueses estariam a tomar e a receitar contra a covid-19 este antiparasitário e que eram já centenas os doentes tratados com ivermectina.
O Expresso escrevia que a terapêutica não está aprovada nem é recomendada contra a nova infeção por nenhuma autoridade de saúde e que a toma é aceite "por livre vontade", dando conta ainda de um "número crescente de prescrições".
No início deste ano, Andrew Hill, docente e investigador na Universidade de Liverpool, no Reino Unido, foi incumbido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de avaliar a ivermectina, como reportou o jornal The Times. O especialista concluiu que a o fármaco poderia ser uma "arma importante" para travar a propagação da Covid-19.
Em abril do ano passado, refira-se ainda, um estudo conjunto levado a cabo pelo Monash Biomedicine Discovery Institute e pelo Peter Doherty Institute of Infection and Immunity, na Austrália, identificou que este medicamento antiparasitário era capaz de 'matar' a Covid-19 nos testes laboratoriais no espaço de 48 horas.
[Notícia atualizada às 13h34]
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