O prazo foi requerido por Tânia Reis, advogada de defesa de Maria Malveiro, depois de o tribunal ter dado conhecimento da entrada, na terça-feira, de um relatório de perícia judicial que foi junto aos autos.
A advogada alegou que necessitava de 10 dias para "analisar o documento", para que pudesse "exercer o contraditório", pedido a que o tribunal acedeu, agendando uma nova sessão para o dia 13 de abril, às 09:15.
O relatório do Laboratório de Polícia Científica, com data de 17 de fevereiro de 2021, a que a agência Lusa teve acesso, apresenta os resultados das perícias de ADN efetuadas a vários objetos apreendidos, entre os quais duas navalhas.
As perícias a uma das navalhas apreendidas detetaram o ADN de um elemento masculino que não foi identificado e que não é compatível com o da vítima, Diogo Gonçalves.
O documento avança nas conclusões que, da análise a uma das navalhas, foi obtido "um perfil de maior contribuidor idêntico ao perfil de Maria Malveiro".
Numa outra navalha, foi encontrado "um perfil de maior contribuidor, proveniente de individuo do sexo masculino, que não tem identidade com o perfil de Diogo Gonçalves [a vítima], nem com o perfil obtido noutros itens" analisados.
Segundo o relatório, num dos itens foi obtido um perfil de mistura de mais de um indivíduo, da qual não podem ser excluídas Maria Malveiro e Mariana Fonseca, e o mesmo perfil masculino não identificado.
O documento refere ainda que "os resultados obtidos e que não foram identificados serão alvo de estudo comparativo" quando forem enviadas amostras de referência dos intervenientes.
No final da sessão, o advogado João Grade, defensor de Mariana Fonseca, disse aos jornalistas que o relatório "pode ou não ter interferência" no julgamento.
As arguidas, Maria Malveiro, segurança de profissão, e Mariana Fonseca, enfermeira, estão acusadas pelo Ministério Público (MP) dos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver, dois crimes de acessos ilegítimo, um de burla informática, roubo simples e uso de veículo.
De acordo com o MP, as mulheres terão matado em março de 2020 Diogo Gonçalves, de 21 anos, com o objetivo de lhe extorquirem dinheiro, já que este tinha recebido 70 mil euros de indemnização pela morte da mãe, atropelada na zona de Albufeira, em 2016.