O primeiro-ministro assegurou, esta quinta-feira, depois da reunião do Conselho de Ministros, que decorreu no Centro Cultural de Belém, que "podemos avançar nas medidas de desconfinamento" e, para já, "o avanço será igual em todos os concelhos do país".
"A partir de segunda-feira, podemos passar à segunda fase de desconfinamento e há um conjunto de atividades que serão retomadas", anunicou António Costa.
Para dar este "passo", o Governo teve em conta a "incidência, isto é, o número de novos casos por 100 mil habitantes a 14 dias". E, de "9 a 30 de março, tivemos uma evolução positiva, tendo diminuído 118 casos por 100 mil habitantes. Claramente, mantemo-nos no quadrante verde da matriz".
A outra variável a ter em conta, o indicador de transmissibilidade (Rt), "essa tem vindo a acelerar. Ao contrário da incidência, que se dirige na boa direção, o Rt dirige-se para o amarelo". Porém, "a aplicação combinada destes dois critérios mantém-nos, de qualquer forma, no quadrante verde".
"Devemos ter em atenção que, relativamente ao ritmo de transmissão, estamos a dirigir-nos para a zona amarela"Neste momento, Portugal tem 19 concelhos acima do limiar de risco (120 casos de Covid-19 por 100 mil habitantes) e, segundo os especialistas, se a situação se mantiver numa segunda avaliação, tanto os concelhos afetados como os "envolventes devem ser objeto de medidas particulares". Porém, para já, Portugal vai desconfinar à mesma velocidade.
Os 19 concelhos acima do limiar de risco estão assinalados a vermelho © Governo
Na Páscoa, a ordem é para ter cautela
Nesta "época especial", onde, como recordou o líder do Executivo, habitualmente há "reuniões de família e convívio", os portugueses não devem esquecer que se mantêm-se em vigor as medidas de proibição de circulação de concelhos. Devemos mesmo "evitar o convívio com outras pessoas, é absolutamente fundamental. O tradicional almoço de Páscoa deve ser mesmo evitado", asseverou António Costa.
Relembrando que nos "momentos de convívio, ao respirarem, ao falarem, ao comerem", as pessoas "estão a expelir partículas que são focos de transmissão da doença", o primeiro-ministro renovou o apelo, pedindo um "esforço para evitar que esta Páscoa possa ser infeliz. É fundamental, para termos uma Páscoa segura, não só que cada um se proteja, como proteja os outros. Quando estamos a falar da nossa família, falamos daqueles que queremos proteger em primeiro lugar".
No 'verde', Portugal continua a desconfinar
Na segunda-feira, dia 5 de abril, "há um conjunto de atividades que serão retomadas", anunciou António Costa.
Nas atividades escolares, abrirão escolas de 2.º e 3º ciclos (e ATLs para as mesmas idades) e equipamentos sociais na área da deficiência, assim como os centros de dia.
Na área económica, as lojas até 200 m2 com porta para a rua "deixarão de ter de vender ao postigo e poderão ter as portas franquiadas ao público para, de acordo com a lotação e as regras da DGS, poderem fazer atendimento presencial".
No que à restauração diz respeito, as esplanadas (máximo 4 pessoas) poderão reabrir, pelo que o governante desejou que tenhamos "bom tempo". E "mesmo na esplanada devemos manter cautelas", usando máscara.
Também feiras e mercados não alimentares (por decisão municipal) poderão voltar a funcionar. Abrem igualmente museus, monumentos, palácios, galerias de arte e similares.
Finalmente, na esfera do desporto, poderão ser retomadas as modalidades desportivas de baixo risco e a atividade física ao ar livre até quatro pessoas, assim como ginásios sem aulas de grupo.
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No final da comunicação ao país, o primeiro-ministro fez questão de deixar uma palavra de "profundo agradecimento aos portugueses pela forma como têm conseguido controlar esta pandemia".
Nesta terceira vaga, Portugal foi do 'oito ao 80', mas, apesar disso, "temos conseguido [obter resultados] com sacrifício, determinação e persistência. Fomos dos piores do mundo e hoje, no conjunto do Espaço Económico Europeu, só a Islândia tem melhores resultados que Portugal".
Esta realidade deve ser motivo de "orgulho" porque "é fruto do empenho e sacrifício dos portugueses". Esse orgulho, todavia, "deve ser convertido em força motivadora para não ficarmos parados a marcar passo nem regredir".
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