Concelhos em risco. Plano segue, mas "fiscalização será reforçada"

Os concelhos com mais de 240 novos casos por 100 mil habitantes vão ter "fiscalização reforçada" pela GNR e PSP, anunciou o primeiro-ministro após a reunião com os presidentes desses municípios. Estão ainda previstas testagens massivas nas empresas com maior índice de contágio, bem como nas escolas.

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Tomásia Sousa com Lusa
06/04/2021 13:30 ‧ 06/04/2021 por Tomásia Sousa com Lusa

País

António Costa

O anúncio foi feito, esta terça-feira, pelo primeiro-ministro António Costa. Os concelhos com mais de 240 novos casos por 100 mil habitantes vão ter "fiscalização reforçada" pela GNR e PSP. "É necessário tomar medidas para combater cadeias de transmissão" e evitar que esses concelhos tenham de parar o desconfinamento, sustentou.

Depois de uma reunião, por videoconferência, com presidentes dos municípios com mais de 240 casos de Covid-19 por 100 mil habitantes, Costa explicou que foi identificado um padrão comum: a generalidade dos surtos surgem em habitações precárias, em grandes obras públicas em curso ou em unidades industriais que recorrem à habitação local.

Por isso, o primeiro-ministro deixou um apelo às entidades patronais, "tendo em vista a melhor organização possível das suas condições de trabalho, realizar a testagem dos seus trabalhadores" e "aos trabalhadores, para terem o máximo de cuidado na utilização dos equipamentos de proteção individual".

“Vamos articular agora ações específicas com a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), em conjunto com autoridades de saúde pública, tendo em vista criar melhores condições sanitárias nesses locais, e para se desenvolverem ações de testagem massiva", anunciou António Costa, esclarecendo que o plano de desconfinamento só terá um travão nestes concelhos caso este 'plano A' não tenha efeito.

"Se esses cuidados não tiverem os resultados que desejamos, aí teremos de tomar as medidas que não desejamos"

O primeiro-ministro esteve esta manhã reunido, por videoconferência, com presidentes dos municípios com mais de 240 casos de Covid-19 por 100 mil habitantes: Alandroal, Carregal do Sal, Moura, Odemira, Portimão, Ribeira da Pena e Rio Maior. O encontro durou cerca de três horas.

Velocidade de contágios nas escolas também preocupa

A velocidade de transmissão das infeções de Covid-19 nas escolas, que o primeiro-ministro associou à variante britânica, também estão a preocupar e por isso está já em curso um reforço da testagem e um alargamento da vigilância.

"Temos vindo a acompanhar muito de perto a situação. Como se recordam, houve uma testagem de todo o pessoal docente e não docente antes da abertura das creches, do pré-escolar e do 1º ciclo do básico. E, para um reforço do grau de proteção, está em curso uma vacinação massiva de todo o pessoal" docente e não docente de estabelecimentos de ensino, apontou.

No entanto, de acordo com o primeiro-ministro, há agora um dado novo. "Ao contrário do que aconteceu no primeiro período [deste ano letivo], é que, agora, em resultado desta nova variante [britânica], que tem maior transmissibilidade, em regra, quando é comunicado um caso e quando se faz a testagem generalizada, verificam-se logo outros casos", revelou António Costa.

Nesse sentido, segundo o primeiro-ministro, após a identificação de um caso com uma criança numa escola, "estão também a ser testadas as respetivas famílias".

"Temos de alargar o universo de vigilância porque, de facto, esta variante, como já tínhamos percebido no final de dezembro, faz aumentar muito significativamente os riscos de transmissão", acrescentou.

Acompanhe aqui as declarações de António Costa no final desse encontro:

"A pandemia não passou"

Depois de apelar aos máximos cuidados nos concelhos de maior risco, Costa pediu ainda "disciplina" aos portugueses, para que não seja necessário recuar no plano de desconfinamento. O primeiro-ministro referia-se, em particular, ao cenário após a reabertura das esplanadas.

"É muito bom que o possam fazer. Mas é sobretudo bom que o possamos continuar a fazer", referiu, sublinhando que para isso é necessário viver este momento com "todas as cautelas" porque "a pandemia não passou".

O primeiro-ministro apelou, por isso, a que se mantenha o uso da máscara nestes locais, sempre que não se estiver a consumir, um pedido que surge um dia depois de o país ter avançado para a segunda fase do plano de desconfinamento.

[Notícia atualizada às 15h11]

Leia Também: Com o país a desconfinar, estes são os mapas de risco da Covid-19

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