Em março de 2020, a Rede de Universidades Seniores (RUTIS) contava com 368 universidades, 65 mil alunos e 7.500 professores voluntários, números que foram abruptamente alterados com a pandemia.
No primeiro confinamento, a RUTIS encerrou todas as universidades, que tiveram uma rápida resposta, adaptando o modelo de ensino ao regime 'online'.
"Apesar de nós considerarmos que foi um sucesso a passagem para o online, porque 75% das universidades deu algum tipo de resposta, a adesão foi pouca", refere Luís Jacob, sublinhando que apenas 20% a 30% dos alunos frequentam as aulas atualmente.
Os baixos números de adesão não só se devem à iliteracia digital, mas também ao facto de muitos dos idosos frequentarem as aulas pelo convívio, que acabou por ser afetado.
"Antes sabíamos o bem que as universidades faziam às pessoas, agora, percebemos a falta que a universidade faz às pessoas", afirma o presidente da rede, prevendo que 5% das universidades seniores não voltem a abrir.
Em contrapartida, a RUTIS também criou a Universidade Sénior Virtual (USV), uma plataforma gratuita destinada a qualquer pessoa com mais de 50 anos, que tem vindo a crescer ao longo dos meses e que já conta com mais de 1.600 alunos.
No futuro, conta Luís Jacob, o modelo de ensino será híbrido, tendo em consideração os 10% dos alunos que vão continuar a frequentar as aulas 'online', porque não podem sair de casa, por questões de saúde ou por serem cuidadores informais, ou até por morarem em aldeias onde não existem universidades seniores por perto e que "viram na Universidade Sénior Virtual uma ótima hipótese de conviver".
Em setembro de 2020, as universidades reabriram presencialmente com cerca de metade dos alunos, respeitando todas as regras de segurança através da adaptação das salas de aula e do reajuste dos horários, até terem encerrado novamente devido ao segundo confinamento, em janeiro de 2021.
Isso não impediu que, no dia 22 de março, a Universidade Sénior Virtual atravessasse o Atlântico, para dar início ao projeto Universidade Sénior Luso-brasileira, com oito professores brasileiros e com uma média de 20 alunos a assistir às aulas.
Este novo formato "mostra a possibilidade de eles [alunos] não ficarem tão limitados nas disciplinas que podem escolher, ou seja, a oferta é muito maior", afirma o presidente da RUTIS, fazendo um balanço muito positivo.
Após negociações com o Governo, em 25 de março, ficou acordado que as universidades seniores iniciarão uma "abertura muito tímida" em maio, para que em setembro possam começar um ano letivo dentro da normalidade.
Leia Também: Universidades Seniores denunciam falta de apoio da Segurança Social