Através da 'spin off' AGILidades, o Politécnico de Leiria vai criar esta ferramenta em parceria com a Universidade Católica de Pelotas (UCPEL), no Brasil, envolvendo mais de 60 idosos em cada país (Portugal e Brasil) e uma equipa de profissionais de áreas multidisciplinares.
"Vários foram os problemas já identificados na população idosa em Portugal, desde o uso abusivo de medicação para controlo da dor, atitudes negativistas sobre estratégias de atenuação desta condição, pouca proatividade na procura de soluções não medicamentosas, entre outros. O atual contexto de pandemia veio agravar esta realidade da dor crónica, sendo urgente redefinir novas estratégias terapêuticas nesta área de intervenção. O papel do jogo como agente educativo pode ser fulcral na mudança desta realidade", explicam os docentes e responsáveis pelo AGILidades, Marlene Rosa e Ricardo Pocinho, citados numa nota de imprensa.
Segundo o comunicado, o desenvolvimento do jogo passará por um "processo científico cuidadosamente planeado e revisto na sua qualidade metodológica, envolvendo os próprios idosos na definição dos seus problemas mais reais e incapacitantes relacionados com a dor crónica", até porque este é um problema que afeta mais de 50% da população idosa portuguesa.
"Não temos dúvidas da importância do jogo educativo na geriatria. No contexto dos programas que se possam desenvolver nesta área da educação para a dor, os jogos educativos merecem completo destaque pela forma como auxiliam, guiam e podem estimular interações e partilhas sobre possíveis soluções para a gestão da dor crónica", acrescentam os responsáveis pelo projeto, que sublinham a importância dos jogos educativos para a melhoria do bem-estar físico, social e psicológico dos idosos.
O jogo educativo sobre a dor crónica está agora na primeira fase de um total de três fases distintas de desenvolvimento.
Ricardo Pocinho, professor da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS), prevê que o jogo esteja disponível para ser prescrito no tratamento de dor crónica num prazo médio de seis meses.
Todos os jogos desenvolvidos no âmbito da AGILidades são sujeitos a um processo rigoroso de validação científica, que confere a estes produtos a sua validade como estratégia terapêutica para treino de competências em geriatria.
Alguns produtos em portefólio já transitaram por todas estas fases e estão agora a ser utilizados em vários Lab Centers do país, sediados em instituições particulares de solidariedade social, "conferindo bons resultados em saúde e uma prestação de cuidados de qualidade na população idosa institucionalizada e no seu domicílio", destaca Marlene Rosa, professora da Escola Superior de Saúde (ESSLei).
O AGILidades é uma 'spin off' do Politécnico de Leiria criada em 2018, que visa o desenvolvimento de jogos terapêuticos adaptados às mais diversas idades e condições, para a reabilitação de pessoas com disfunção psicomotora ou cognitivo-motora, úteis no processo de reabilitação.