"Estamos numa fase de enorme mudança que nos obriga a acelerar as formas de agir. Pode ser também o momento de transformação para a inclusão, para uma sociedade mais justa e coesa", disse a ministra numa sessão virtual sobre "Os jovens e o futuro da Europa social".
A sessão, organizada pela Representação da Comissão Europeia em Portugal, contou com a participação de jovens portugueses e de outros países da União Europeia, que questionaram Ana Mendes Godinho e o comissário Europeu para o Emprego e Direitos Sociais, Nicolas Schmit, sobre temas em debate no âmbito da presidência portuguesa da UE.
No final, a ministra portuguesa concluiu que os jovens dão prioridade ao emprego, aos salários justos, à saúde e, nesta fase de pandemia, às questões sanitárias.
"Ficou também evidente que é fundamental a coordenação da UE para a mobilização dos recursos para enfrentar os problemas que têm surgido", disse, defendendo ainda a necessidade de acelerar a garantia, no terreno, dos apoios para a qualificação, a criação de emprego e a proteção social inclusiva.
O comissário Nicolas Schmit salientou a importância de ouvir as preocupações dos jovens e defendeu que elas devem produzir resultados no âmbito da presidência portuguesa da UE.
"Temos de estar cientes de como esta crise afetou os jovens. Os jovens têm futuro e oportunidades, mas temos de trabalhar para isso", afirmou.
A maioria das perguntas colocadas pelos jovens no debate virtual relacionava-se com as dificuldades de acesso ao emprego e a um salário justo.
Entre cada tema em debate foi feito um pequeno inquérito aos jovens participantes para melhor aferir as suas preocupações, que mostrou que para 38% deles o baixo rendimento é a principal dificuldade para conseguir um emprego satisfatório.
Relativamente às condições de trabalho, 35% dos jovens deram prioridade a um salário justo.
No último tema em debate, sobre "como pode a UE proteger os mais vulneráveis da sociedade", 52% deram prioridades aos serviços de saúde de qualidade.
Nesta área, a ministra portuguesa salientou os programas do Governo de incentivo à contratação de jovens, as iniciativas de apoio à infância e combate à pobreza infantil e os apoios extraordinários para fazer face à crise pandémica.
"Os apoios sociais para enfrentar os problemas causados pela pandemia já chegaram a 2,8 milhões de pessoas. O Estado Social funcionou quando tudo o resto falhou", disse Ana Mendes Godinho.
O comissário Nicolas Schmit considerou que pandemia da covid-19 e a crise consequente mostraram que há muita gente em dificuldades, com o aumento da pobreza, e defendeu que a UE deve procurar garantir direitos equitativos e ajudar os países menos prósperos para reduzir as divergências.
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