Questionado sobre um eventual perdão de dívida a países africanos, António Costa lembrou que Portugal concedeu uma moratória de seis meses sobre os empréstimos diretos concedidos a Cabo Verde e a São Tomé e Príncipe, no quadro das medidas de mitigação dos impactos económicos, sociais e sanitários provocados pela pandemia de covid-19.
"O que está a ser discutido nesta conferência é a essência de um acordo global e Portugal estará seguramente nesse acordo. Não podemos esquecer que temos um nível de endividamento elevado e toda a nossa participação, para além das relações bilaterais com os países africanos de língua oficial portuguesa, terá de ser vista no quadro geral da União Europeia", disse António Costa, em declarações aos jornalistas.
O primeiro-ministro participa hoje na Cimeira Sobre o Futuro das Economias Africanas, organizada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, que decorre na capital francesa e junta mais de 20 líderes africanos e europeus.
Na segunda-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou o perdão da dívida de quatro mil milhões de euros ao Sudão, num esforço para apoiar a transição democrática no país.
A esta cimeira, a França e o Fundo Monetário Internacional (FMI) trazem a proposta de emissão de cerca de 550 mil milhões de euros, em Direitos Especiais de Saque (DES), que serão depois distribuídos pelos membros em função das quotas, deverá ser redistribuída pelos países mais ricos aos países africanos.
"É uma proposta bastante interessante do FMI", reforçou o líder do Governo português.
O primeiro-ministro preencheu a manhã com encontros com vários líderes africanos como Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique, Abdul Fatah Khalil al-Sissi, Presidente do Egito, Kaïs Saïed, Presidente da Tunísia, e ainda Paul Kagame, Presidente do Ruanda.
António Costa almoçou na Embaixada de Portugal tendo depois partido para a Cimeira, no Grand Palais Ephemere, construído junto à Torre Eiffel, enquanto o Grand Palais original está em obras.
O último encontro da agenda oficial do primeiro-ministro na capital francesa é com o Presidente angolano, João Lourenço.
Leia Também: Costa saúda acordo sobre trabalhadores qualificados de países terceiros