Entre estes equipamentos, destacam-se dois pavilhões em madeira com mais de quatro décadas.
Em declarações à agência Lusa, André Julião, do Movimento A Escola é Pública (MAEP), que se associou ao protesto da comunidade escolar, disse que o estabelecimento foi fechado a cadeado e que "largas dezenas" de pais, professores, encarregados de educação e funcionários estão concentrados junto ao portão para exigir que o Ministério da Educação "resolva o problema".
"Esta escola tem pavilhões de madeira provisórios há mais de 40 anos, apresentam enormes deficiências devido à degradação dos materiais ao longo destes anos. Desde logo, metem água, não têm casa de banho e têm materiais potencialmente perigosos, como o linóleo, que pode conter amianto", adiantou.
De acordo com André Julião, os pavilhões não oferecem as mínimas condições para a prática escolar: têm os tetos a cair e com infiltrações, aberturas nas paredes que expõem os isolamentos prejudiciais à saúde e muitas janelas já não estão operacionais, pelo que ali não se conseguem suportar as temperaturas extremas de frio ou calor. Há ainda, referiu, sério risco de incêndio.
"A questão é com o programa nacional da remoção do amianto nas escolas. Como esse programa recorre a fundos comunitários, só se pode candidatar mesmo à parte da remoção do amianto. Vão ser retirados os telhados em fibrocimento, vão ser substituídos por outros novos em sanduíche, num investimento 200 a 300 mil euros, em cima de pavilhões que estão a ruir", disse.
Para o representante, a situação não faz qualquer sentido, pois os professores e os alunos vão continuar a aprender e a ensinar em condições miseráveis.
"Estamos a fazer investimentos numa estrutura que está podre. Este é um perfeito exemplo de como começar a fazer a casa pelo telhado", referiu.
Segundo André Julião, o problema dura há algumas décadas e a associação de pais já tentou várias vezes junto do Ministério da Educação fazer um projeto, que chegou a existir, mas não avançou por falta de financiamento.
"É preciso aqui a intervenção do Ministério da Educação, ainda para mais esta escola é da tutela do Ministério da Educação", disse.
Segundo o dirigente, os telhados de fibrocimento vão ser removidos no verão e essa seria a altura ideal para fazer pavilhões novos.
O Agrupamento de Escolas D. Nuno Álvares Pereira, em Camarate, distrito de Lisboa, está situado em território educativo de intervenção prioritária (TEIP) e é constituído por sete escolas do ensino básico que vão desde o pré-escolar até ao 3º ciclo, servindo cerca de 1.800 alunos.
A sede do Agrupamento é a EB 2,3 Mário de Sá Carneiro, uma escola com cerca de 800 alunos que ainda se encontra sob a responsabilidade do Ministério da Educação.
Leia Também: Sete turmas em isolamento na Escola Secundária Gabriel Pereira em Évora