Em dia marcado por nova reunião no Infarmed, as novidades do relatório de Monitorização das Linhas Vermelhas - divulgado semanalmente pelas autoridades de saúde - corroboram as conclusões dos especialistas hoje tornadas públicas. Sendo que há vários alertas a ter em conta porque, vinca o documento, regista-se uma "tendência ligeiramente crescente a nível nacional" da pandemia.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) consideram, por isso, que é necessário acompanhar com atenção, "durante as próximas semanas", o "aumento dos valores do índice de transmissibilidade (Rt)" e o aumento da frequência das novas variantes do SARS-CoV-2.
O relatório revela que o número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2 por 100.000 habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 60 casos, e o valor do Rt apresenta valores superiores a 1 a nível nacional (1,07) e nas regiões de saúde do Centro (1,05), de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) (1,14) e do Alentejo (1,16), "sugerindo uma tendência crescente, mais acentuada nesta última região".
Assim sendo, e mantendo-se esta taxa de crescimento, o tempo para atingir "a taxa de incidência acumulada a 14 dias de 120 casos/100.000 habitantes será de 31 a 60 dias para o nível nacional e de 15 a 30 dias para as regiões de LVT e Alentejo".
Quanto ao número diário de casos de Covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente mantém-se com uma "tendência ligeiramente decrescente, correspondendo a 22% do valor crítico definido de 245 camas ocupadas".
Ao nível nacional, a proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 1,3%, valor que se mantém abaixo do objetivo definido de 4%. Observou-se um aumento do número de testes realizados nos últimos sete dias.
A proporção de casos confirmados notificados com atraso foi de 6,2%, mantendo-se abaixo do limiar de 10%. Nos últimos sete dias, 89% dos casos de infeção por SARS-CoV-2 foram isolados em menos de 24 horas após a notificação, e foram rastreados e isolados 82% dos seus contactos.
Variante indiana por ter já transmissão comunitária
Quanto às variantes do vírus, com base na sequenciação genómica de amostras recolhidas em maio, cuja análise ainda está em curso, a prevalência estimada da variante B.1.1.7, associada ao Reino Unido, para o continente foi de 87,2%.
Até 26 de maio, foram identificados 97 casos da variante de África do Sul e 133 da estirpe brasileira do vírus. De ambas existe transmissão comunitária no nosso país.
Também até dia 26 de maio, foram identificados 46 casos da variante B.1.617 (associada à Índia), 37 casos da linhagem B.1.617.2. "A sequenciação genómica revelou várias introduções distintas desta variante em Portugal. A ausência de ligação epidemiológica em alguns dos casos mais recentes pode indicar a existência de transmissão comunitária da mesma", revelam as autoridades no relatório de hoje.
Resumidamente, "observa-se transmissão comunitária de moderada intensidade e reduzida pressão nos serviços de saúde". Contudo, "o aumento dos valores do índice de transmissibilidade (Rt) e o aumento da frequência de novas variantes de preocupação devem ser acompanhados com atenção durante as próximas semanas, em especial nas regiões com maior transmissão".
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