O presidente da Câmara Municipal de Lisboa recusa que seja possível criar zonas de diversão controladas nos Santos Populares na capital, à semelhança do que vai acontecer na cidade do Porto.
No espaço habitual de comentário na TVI24, Fernando Medina considerou que os arraiais de Santo António não podem ser conduzidos da mesma forma que a final da Champions, ou uma festa restrita.
"Vamos fechar o bairro de Alfama e testar as pessoas à entrada? Ou usar um certificado de vacinação que nem sequer existe? (...) Depois ficam todos na fila à espera que saia o resultado?", questiona, sublinhando que isso é possível num "evento restrito", mas não para a circulação na via pública, como acontece nos arraiais de Santo António.
"As festas têm uma dimensão popular extraordinária. São manifestações de centenas de milhares de pessoas. Imaginar que isso se compagina em zonas de pessoas testadas é absolutamente irrealista", apontou na noite desta terça-feira, dia em que a autarquia anunciou que não vai autorizar a realização de arraiais populares este ano devido à pandemia de Covid-19.
Medina explicou que a decisão da Câmara de Lisboa se prende com "a avaliação da situação da pandemia", recordando que a região "teve um crescimento recente no número de casos" e se encontra num nível de alerta.
"Creio que é a única decisão sensata e razoável nesta fase. É uma decisão obviamente difícil", refere.
Quando questionado sobre os acontecimentos no Porto, no âmbito da final da Liga dos Campeões, o presidente da Câmara de Lisboa reconhece que em "eventos associados a futebol há manifestações espontâneas de pessoas que são de difícil controlo".
"Neste caso, está nas nossas mãos controlar o licenciamento de festas", compara. "Estamos numa fase de combate à pandemia em que mais vale não correr riscos."
Fernando Medina deixa ainda um apelo à população para que evite ajuntamentos descontrolados, de modo a "não deitarmos o que ganhamos a perder".
A Câmara de Lisboa anunciou esta terça-feira que não vai autorizar a realização de arraiais populares este ano devido à pandemia de Covid-19, apelando que os cidadãos compreendam a situação e evitem aglomerações.
Já no Porto, o presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), Rui Moreira, disse ontem que a festa do "São João haverá sempre" e que vão ser criadas três zonas de diversões, mas sem concertos na avenida e fogo-de-artifício.
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